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16/11/2012 - 07h24

Lyon, capital da resistência francesa, reabre museu com memórias da 2ª Guerra

DA EFE

Após um ano fechado para reforma, o Centro de História da Resistência e Deportação de Lyon reabre suas portas com uma exposição cheia de objetos e testemunhos do período da ocupação nazista da França na Segunda Guerra Mundial (1940-1944).

A mostra é voltada para as gerações mais jovens, carentes de vínculos diretos com o último grande conflito mundial.

"Já não restam testemunhas daquela época, por isso transformamos a exposição em uma espécie de narração cronológica com Lyon como referência", explicou à agência Efe a diretora do centro, Isabelle Doré-Rivé.

O percurso começa com a história do prédio. Concebido para abrigar uma escola militar de medicina no final do século 19, durante a ocupação nazista se transformou no quartel-general da Gestapo, até que um bombardeio aliado, em maio de 1944, o destruiu parcialmente e obrigou seus inquilinos alemães a se mudarem para outro prédio do centro da cidade.

Várias fotografias da época e dois destroços de míssil transferem os visitantes para aquele momento, a fim de que "a história não flutue como um sonho, mas se materialize em algo concreto", comentou Isabelle.

Quem tem uma viva lembrança daquele bombardeio é Denis Domenach-Lallich, hoje octogenária, mas na época uma jovem estudante envolvida totalmente na resistência contra a ocupação nazista.

Wikimedia Commons
Vista da cidade de Lyon, conhecida como a capital da resistência francesa ao nazismo
Vista da cidade de Lyon, conhecida como a capital da resistência francesa ao nazismo

"Chamaram meu grupo de estudantes para que fôssemos atender os feridos e recolhêssemos os mortos, mas não pudemos entrar, já que a área estava isolada por veículos alemães. Até o dia seguinte não nos demos conta da magnitude do massacre", contou Denis sobre um bombardeio que causou 717 mortos e mais de 1.000 feridos.

Esta antiga integrante da resistência de Lyon, que se emocionou ao percorrer a exposição e contar lembranças daqueles anos, afirmou que é essencial lembrar para não cometer os mesmos erros.

A mostra, assegurou, serve de "reflexão que nos projeta em direção ao futuro", acrescentando que ela não gosta de falar da guerra, "mas de como se chegou a ela".

Denis se mostrou positivamente surpresa com a exposição, por causa da força como apresentam os objetos e documentos originais da época, assim como os testemunhos em vídeo.

Na mostra prévia só havia cópias e fac-símiles. Agora se pode inclusive tocar as armas que a resistência utilizou ou ver o uniforme de um deportado para um campo de concentração.

O núcleo da exposição, que será aberta ao público nesta sexta-feira, é dividido em seis temas: "Uma cidade em guerra", "Rumo à unificação da resistência", "A luta armada", "O perigo", "A deportação dos membros da resistência" e "A perseguição e a deportação dos judeus".

Cerca de 80 mil judeus franceses foram enviados a campos de concentração. Na parede de uma das salas, uma projeção descendente, como os créditos de um filme, mostra um a um os nomes, idades e endereço dos deportados.

 

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