Conheça a vida em Afuá, cidade colorida e com cochilo após almoço no Pará

Localizado na ponta do mapa do país, lugar faz parte da Ilha de Marajó

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Bicicletas e sombrinhas fazem parte do cotidiano dos afuaenses. já que é proibido trafegar com veículos motorizados

Bicicletas e sombrinhas fazem parte do cotidiano dos afuaenses. já que é proibido trafegar com veículos motorizados - Karime Xavier/Folhapress

Ilha de Marajó (PA)

Uma grande variação de cores dá graça às casas de Afuá, município na Ilha de Marajó, no Pará. A cidade, que fica topo do mapa do Brasil, foi construída sobre palafitas para se sustentar durante o período de cheias. Entre março e abril, ela flutua sobre as águas do rio de nome homônimo, formando vários canais que serpenteiam a região. Assim, Afuá ganhou o apelido de Veneza marajoara.

Para se chegar à cidade, há duas formas: barcos ou aviões de pequeno porte. Para quem escolhe o barco, a viagem segue pelo rio Amazonas, via Amapá. A primeira visão é a torre branca da igreja, mas, conforme se aproxima, é possível ver as sombrinhas ultracoloridas se movendo em zigue-zague, protegendo os habitantes do clima quente e úmido da ilha de Marajó.

O porto é pequeno e caótico, com malas transportadas de um lado para outro e ambulantes vendendo uma variedade de produtos. Há poucos hotéis na cidade e não se encontra luxo em Afuá. A cidade é simples, organizada e muito colorida, com suas paredes, cortinas, flores nos jardins, postes e bicicletas vibrantes.

Não há carros nem motos na região. O transporte é feito por bicicletas e suas variações, entre elas as "bicitáxis", feitas de pracuúba, uma madeira resistente da região amazônica. Elas podem levar até quatro passageiros, além de itens como fogões, geladeiras, TVs e animais.

A bicicleta assume papel fundamental no transporte de pessoas e objetos - Karime Xavier/Karime Xavier/Folhapress

Afuá foi fundada por uma mulher, Micaela Arcangela Ferreira, em 1845. Atualmente, a fundadora empresta seu nome a uma movimentada praça repleta de caixas de som e quiosques, onde se pode saborear o verdadeiro açaí, sem xarope nem sabores artificiais, como brincam os paraenses ao mencionar um dos produtos que mais enchem de orgulho a população local.

As tardes começam após as 16h, pois os habitantes fazem a sesta ao meio-dia, deixando apenas os turistas nas ruas.

Um passeio interessante para fazer enquanto os moradores dormem é alugar uma voadeira e visitar a outra margem do rio para ver a Muralha, uma árvore sumaúma. Essas árvores são conhecidas como o GPS da floresta, pois ao bater em suas raízes —chamadas de sapopemba, o som se propaga por quilômetros, ajudando a localizar pessoas perdidas.

Retornando à cidade quando a noite chega, dá para ver a população indo para a rua, incluindo meninos e meninas que vão ao futebol nos campos que ficam ao lado do aeroporto, cuja pista é utilizada pela população para fazer a caminhada diária depois do expediente.

As luzes vermelhas penduradas em algumas casas indicam que ali há açaí para vender. Dependendo da época, dá para jogar bingo de igreja e participar do Círio de Nossa Senhora da Conceição, uma versão pocket do Círio de Nazaré, da capital, Belém —mas este aqui é terrestre, aéreo e fluvial.

Uma ilha dentro de uma ilha, Afuá.

DICAS PRÁTICAS

A cidade 
Com 39 mil habitantes, é uma das 16 ilhas que formam o arquipélago do Marajó, entre o Pará e o Amapá. Construída sobre palafitas, é conhecida como a Veneza marajoara, e nela só dá pra se locomover de bicicleta

Como chegar 
Apesar de integrar o estado do Pará, Afuá fica bem próxima de Macapá. É possível chegar lá de barco vindo da capital do Amapá, ou de Belém. O horário da viagem varia de um dia para o outro, a depender das condições de navegação do rio. Também há a opção de agendar táxi aéreo

Hospedagem 
A ilha tem alguns hotéis e pousadas. No Hotel Dias, que tem vista para o rio, a diária custa R$ 90 em quarto individual, R$ 130 para casal e R$ 150 o quarto triplo. Durante o Festival do Camarão, muitos moradores alugam as casas para turistas

Estrutura 
Afuá tem uma agência do Banco do Brasil e recebe visita ocasional da agência-barco da Caixa Econômica Federal. Também há restaurantes e bares locais, que servem pratos característicos da região amazônica como tacacá, camarão no bafo e maniçoba.

Transporte 
Não há carros na cidade. Uma opção são as bicitáxi —há versões com LED, equipamento de som e de temáticas variadas. A oferta é ampla, e o passeio de 1h custa a partir de R$20

Festival do Camarão 
Em julho, acontece a festividade, que dura vários dias. As atrações incluem shows, biciata, concurso de miss e mister camarão e a batalha camaroeira, com apresentações dos camarões Convencido e Pavulagem. Essa última não ocorre todo ano —vale confirmar mais perto da visita se ela vai rolar ou não. O camarão é item essencial da alimentação afuaense e é pescado em abundância por lá

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