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15/09/2011 - 07h40

Capela marca local em que príncipe foi achado morto

FABIO MARRA
ENVIADO A VIENA

Além de inspirar os amantes da natureza e da música, a região dos bosques de Viena ainda ocupa o imaginário da população local como palco de uma tragédia que sacudiu o império Habsburgo.

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A excursão pela região tem parada obrigatória na capela do convento das Carmelitas, em Mayerling, que foi construída no mesmo lugar em que o príncipe herdeiro Rodolfo e sua amante foram encontrados mortos, no dia 30 de janeiro de 1889.

Fábio Marra/Folhapress
Capela marca local onde príncipe herdeiro, Rodolfo, e sua amante foram encontrados mortos em 30 de janeiro de 1889
Capela marca local onde príncipe herdeiro, Rodolfo, e sua amante foram encontrados mortos em 30 de janeiro de 1889

A história é controversa. Embora haja desconfiança entre os que relatam o caso, oficialmente o filho do imperador Francisco José 1º atirou na amante, a baronesa Maria Vetsera, e na sequência cometeu suicídio.

Um drama amoroso ou político? A resposta depende sempre da simpatia do narrador pela figura do príncipe.
Rodolfo vivia às turras com o pai e com a mulher, a princesa Estefânia, da Bélgica, com quem teve uma filha. O príncipe tinha dificuldade em dialogar com o imperador, que não compartilhava de suas ideias liberais e impedia que ele participasse das decisões políticas e militares.

CRISE

Era um tempo de crise causada pelo nacionalismo. Rodolfo propunha acabar com o pacto entre Áustria e Alemanha e começar uma aproximação com a França, a Inglaterra e a Rússia. Essa atitude provocou violentos ataques do partido nacionalista alemão.

Meses antes de sua morte, Rodolfo já demonstrava problemas de depressão, que eram agravados pelo consumo de drogas e de álcool.

Mas por que morrer ao lado da amante? Para expor e castigar o imperador, talvez.

Rodolfo havia pedido a anulação do casamento com a princesa Estefânia, mas sua solicitação foi negada.
Maria Vetsera, que na época tinha apenas 17 anos, teria entendido então que só a morte garantiria a ela a possibilidade de ter o amor que havia escolhido.

Quem primeiro rechaçou a hipótese de suicídio foi a própria família, que era católica. Entretanto, uma possível explicação sobre o caso misterioso foi comprometida pelo próprio imperador, que deu ordem para que documentos e cartas que pudessem revelar o motivo da morte do casal fossem destruídos.

CAPELA

A segunda reação do imperador foi mandar destruir também o local da tragédia. Mas, convencido pela mulher, a imperatriz Elisabeth --mais conhecida como Sissi--, mandou construir uma capela no bangalô que ele mesmo havia dado ao filho, para que a morte do príncipe Rodolfo fosse lembrada em um lugar no qual as pessoas pudessem orar por ele.

O altar maior da capela está exatamente onde ficava o aposento em que os corpos de Rodolfo e Maria foram encontrados.

A pintura no altar mostra a penitência de um suicida. No centro, há imagens de são José, santo Estêvão, patrono da Hungria, e são Leopoldo, patrono da Áustria. A família imperial também está representada no altar.

Numa sala ao lado, deparamo-nos com o túmulo de Maria Vetsera, violado e roubado durante a Primeira Guerra Mundial.

Os restos mortais da jovem, entretanto, foram guardados no cemitério do Povo, localizado em Heiligenkreuz, que fica a poucos quilômetros de Mayerling.

Os restos mortais do príncipe Rodolfo estão na cripta imperial, guardada na capital, Viena.

 

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