Duas torres de 900 anos estão cada vez mais inclinadas na cidade de Bolonha, na Itália. Elas sempre foram meio tortas. A maior delas, a Torre Asinelli, tem 97 metros de altura, enquanto a irmã menor, a Torre Garisenda, tem 48 metros - e está se inclinando rapidamente. Existe uma preocupação real de que ela possa colapsar.
Para garantir que isso não aconteça, a engenheira aposentada Raffaela Bruni, de 70 anos, foi convocada. Especialista em ambas as torres, ela lidera o comitê de restauração.
"Ela tem uma doença desde o nascimento. Tanto é assim que cem anos depois de iniciada a construção – quando atingiu sessenta metros de altura – foi preciso tirar 12 metros, porque já começava a se inclinar. Por causa do esfacelamento da fundação de selenite sob a carga da parte superior, que pesa quatro mil toneladas", explica Bruni.
A área ao redor da torre foi isolada. Enormes contêineres foram montados bem no meio do centro histórico.
"Essa fila dupla de contêineres foi recomendada por um comitê que cuidava inicialmente de estudos sobre as torres. O objetivo é garantir a segurança dos edifícios no entorno e da população, que continua a transitar pela parte de fora", destaca Bruni.
Âncoras de concreto seguram os contêineres. Redes de aço serão adicionadas para proteger a igreja e a torre maior. O centro histórico se tornou um canteiro de obras permanente. Já houve tentativas de resgate anteriormente. Durante a década de 1990, os engenheiros usaram anéis de ferro para proteger a torre. E em 2021, a fundação foi reforçada com cabos de aço para evitar novas fissuras.
Este é provavelmente o monumento mais monitorado da Itália.
As obras de reforço e renovação deverão custar 20 milhões de euros e se estender por uma década. Tudo isso para manter a torre de pé nos próximos novecentos anos.
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