Descrição de chapéu Eleições 2018

Com alta rejeição, Haddad herda desgaste de Dilma, diz diretor do Datafolha; assista

Para Mauro Paulino, petista tem pouquíssima chance de furar 'paredão' bolsonarista

São Paulo

A rejeição de Fernando Haddad (PT) é superior até àquela que apresentava Dilma Rousseff (PT) em 2014 nesse momento da corrida eleitoral. Bastante rejeitada, ela marcava 37%. Ele registra 54%, segundo pesquisa Datafolha.

Em boa parte, diz Mauro Paulino, diretor-geral do instituto, esse cenário é uma herança da ex-presidente. "Dilma gera desconfiança entre aqueles que tradicionalmente votam no PT", afirma ele, em conversa no estúdio da TV Folha com a repórter de Poder Thais Bilenky. 

Líder na pesquisa, Jair Bolsonaro (PSL) tem 41% de rejeição, índice que é maior no Nordeste, onde 57% dos eleitores dizem não votar no capitão de jeito nenhum.

"Lá, há uma possibilidade de Haddad conseguir reverter votos desde que quebre a desconfiança que há pelo fato de ele ser um chamado poste do Lula", diz Paulino.

Em relação aos atributos dos candidatos avaliados pelo Datafolha, Haddad só lidera em dois. É aquele que mais defende os pobres e aquele que mais faz promessas que não poderá cumprir.

"O primeiro atributo é o espólio do Lula. O segundo é a desconfiança que os eleitores tradicionais do PT atribuem a Haddad", analisa o diretor.

A rejeição do petista cresce entre os mais ricos (73%) e os evangélicos (64%). 

Não votarão de jeito nenhum no capitão reformado 49% dos eleitores mais pobres, aqueles cuja renda familiar é inferior a dois salários mínimos. 

Analisando por gênero, 34% dos homens dizem que não votarão em Bolsonaro de jeito nenhum. Entre as mulheres o percentual vai a 46%.

Em relação a Haddad, esses percentuais de rejeição são, respectivamente, de 60% e de 49%.

PAREDÃO

A pesquisa desta quinta-feira (18) mostra Bolsonaro com 59% dos votos válidos e Haddad com 41%.

Em relação aos votos totais, Bolsonaro tem 50%, e Haddad, 35%. Branco e nulos somam 10%, indecisos, 5%.

Paulino ressalta que o total de votos sem candidato (brancos, nulos e indecisos) não será capaz de promover uma virada. O petista teria de conquistar votos no eleitorado de Bolsonaro.

"Nesta eleição, os eleitores são muito fieis a seus candidatos. Principalmente os de Bolsonaro. Há ali um paredão quase intransponível, que praticamente impede o crescimento de Haddad", diz Paulino.

O Datafolha também fez pesquisa sobre a eleição para o governo de São Paulo. 

O candidato do PSDB, João Doria, aparece com 53% dos votos; Marcio França, do PSB, está com 47%. 

A pesquisa presidencial foi feita nesta quarta (17) e quinta-feira (18) e ouviu 9.137 pessoas em 341 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O estudo está registrado no TSE com o número BR-07528/2018.

A pesquisa para o governo de São Paulo também foi feita nos dias 17 e 18 e ouviu 2.356 pessoas em 73 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O estudo está registrado no TSE com o número  SP-06938/2018.

Os petistas Fernando Haddad e Dilma Rousseff dão as mãos
Os petistas Fernando Haddad e Dilma Rousseff - Douglas Magno -21.set.2018/AFP

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