Descrição de chapéu Eleições 2018

Haddad cresce no eleitorado masculino de baixa renda e empata com Bolsonaro

Petista aparece com 46% das intenções de voto entre esses eleitores; adversário tem 44%.

Ao comentar em debate na TV Folha os números da mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (25), o diretor-geral do instituto, Mauro Paulino, destacou que Fernando Haddad (PT) voltou a subir entre o eleitorado masculino de baixa renda e empatou com Jair Bolsonaro (PSL).

"No início do segundo turno, Bolsonaro havia assumido a liderança nesse eleitorado. Agora a pesquisa mostra que Haddad subiu, e os dois candidatos estão empatados tecnicamente", disse Paulino.

Entre homens com renda familiar mensal abaixo de dois salários mínimos, Haddad tem 46% das intenções de voto, e Bolsonaro, 44%. Na pesquisa anterior, Haddad tinha 40%, e Bolsonaro, 46%. 

No debate, mediado pela repórter de Poder Thais  Bilenky, o diretor do Datafolha comentou também a variação das intenções de voto por região em relação à pesquisa da semana passada. "A diferença entre os candidatos diminuiu em todas as regiões. A maior mudança se deu no Norte, onde Bolsonaro perdeu cinco pontos percentuais e Haddad ganhou sete." 

Na região Sul, Bolsonaro perdeu três pontos e Haddad cresceu quatro.

No geral, a nova pesquisa mostrou redução na vantagem de Bolsonaro em relação a Haddad (queda de seis pontos percentuais nos votos válidos). "A redução é significativa, mas a vantagem de Bolsonaro ainda é alta", disse o diretor do Datafolha. 

No dia 18, Bolsonaro tinha 18 pontos percentuais de vantagem sobre Haddad. A diferença caiu para 12 pontos. O candidato do PSL aparece agora com 56% dos votos válidos. O petista tem 44%. A diferença é a menor desde que começou a campanha do segundo turno.

Para o repórter especial Fernando Canzian, essa diminuição na vantagem de Bolsonaro se deve principalmente a dois fatores. Em primeiro lugar, porque o candidato começou a aparecer mais na campanha, o que o teria prejudicado. "Ele acabou sendo prejudicado por declarações não só suas mas também de seu filho, que disse, por exemplo, que o STF poderia ser fechado. Por outro lado, Fernando Haddad se afastou do PT. Apareceu com bandeiras verde e amarelas, não foi mais a Curitiba [onde está preso o ex-presidente Lula] e se manteve longe dos petistas que a população rejeita." 

Canzian lembrou ainda um "fato novo" que pode influenciar na eleição. "Temos a volta de Ciro Gomes [o ex-candidato estava em viagem ao exterior], que teve 12,5% dos votos válidos no primeiro turno. Vamos ver qual será seu discurso, se ele irá endossar a candidatura Haddad, o que pode levar votos ao petista."

 A pesquisa, feita nesta quarta (24) e quinta-feira (25), ouviu 9.173 pessoas em 341 municípios, tem margem de erro de 2 pontos percentuais e está registrada no TSE com o número BR-05743/2018.

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