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BP prepara operação decisiva para encerrar vazamento recorde
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DA REUTERS, EM HOUSTON
A BP testou equipamentos nesta terça-feira (2) para lançar a primeira de duas operações decisivas planejadas para selar permanentemente seu poço petrolífero no golfo do México que causou o pior vazamento de petróleo do mundo.
Enquanto engenheiros da empresa de origem britânica solucionavam problemas técnicos de última hora antes da operação inicial "static kill" (eliminação estática), que pode ser realizada ainda nesta terça, novos números revistos pelo governo norte-americano mostraram que quase 5 milhões de barris de óleo vazaram até meados de julho, quando o poço foi fechado provisoriamente.
Com isso, o vazamento - que começou em abril após uma explosão que provocou o afundamento de uma plataforma petrolífera sobre o poço profundo Macondo - tornou-se o maior derrame acidental de óleo no mundo, superando a explosão de 1979 no poço Ixtoc, na baía de Campeche, no México. Quase 3 milhões de barris de óleo jorraram do poço Ixtoc.
O vazamento do poço Macondo, que já é o pior da história dos EUA, desencadeou uma catástrofe ambiental e econômica na Costa do Golfo norte-americana, prejudicando a subsistência de pescadores e operadores de turismo e desencadeando uma enxurrada de ações contra a BP com pedidos de indenizações. A empresa disse que pagará todos os pedidos legítimos e limpará as praias e as áreas pantanosas poluídas.
As novas estimativas das dimensões do vazamento representam mais más notícias para a BP, que também enfrenta uma investigação de reguladores norte-americanos para verificar se seus funcionários lucraram ilegalmente com o vazamento no golfo do México. Os números revistos sugerem que a empresa tinha subestimado os custos em pelo menos US$ 1 bilhão (R$ 1,75).
Duas fontes familiarizadas com a investigação disseram à Reuters na segunda-feira que os reguladores dos EUA estudam possíveis negociações de ações da BP com informações privilegiadas, algumas das quais envolvendo funcionários da petrolífera.
A BP estima que o poço teria vazado cerca de 4 milhões de barris de óleo e que, pelos termos da Lei de Água Limpa, seria multada em US$ 1.100 (R$ 1.920) por barril vazado. Se as acusações de negligência forem comprovadas, a empresa poderá pagar multas de US$ 4.300 (R$ 7.500) por barril vazado, mas ela disse que não vê necessidade de rever sua contribuição em função da nova estimativa.
"Em vista dessas novas cifras, a BP poderá ser multada em US$ 4,5 bilhões (R$ 7,8 bilhões) se não for comprovada negligência, e até US$ 14 bilhões (R$ 24,5 bilhões) se isso for provado", disse uma fonte.
A empresa japonesa Mitsui, que é sócia da BP com 10% de participação no poço, ainda não decidiu se vai arcar com parte dos custos, o que ajudou a empresa a anunciar um aumento de 79% em seus lucros, para 102, 5 bilhões de ienes (US$ 1,18 bilhão; R$ 2,06 bilhões).
As esperanças de selar o poço definitivamente se baseiam na "static kill" planejada, operação na qual argila, e possivelmente depois cimento, serão injetados na parte superior do poço. É o primeiro passo de uma operação em duas partes para fechar o depósito de petróleo.
Um teste crucial do equipamento que fará a "static kill" foi adiado na segunda-feira devido a um vazamento hidráulico.
"Prevê-se que o teste de injetividade e possivelmente a 'static kill' sejam feitos na terça-feira", disse a BP em comunicado breve divulgado na segunda-feira.
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