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07/10/2010 - 09h19

Casa Branca bloqueou dados sobre vazamento da BP, diz comissão de investigação

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Casa Branca bloqueou as tentativas feitas por cientistas norte-americanos de levar a público informações sobre o vazamento de óleo no golfo do México pela empresa petrolífera BP (British Petroleum).

A afirmação consta em levantamento realizado pela comissão formada a pedido do presidente Barack Obama para investigar o pior acidente ambiental dos Estados Unidos, divulgado nesta semana.

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Segundo relatório da comissão, entre abril e maio --o vazamento ocorreu em 20 de abril--, o Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca negou pedido da agência oceanográfica e atmosférica Noaa (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos EUA) de tornar público o cenário catastrófico provocado pela explosão na plataforma Deepwater Horizon.

Dave Martin/AP
Vazamento da companhia petrolífera British Petroleum, no golfo do México, ocorreu em abril deste ano
Vazamento da companhia petrolífera British Petroleum, no golfo do México, ocorreu em abril deste ano

Em entrevista à agência de notícias AFP, o chefe do subcomitê de Ciência da Casa Branca, Jerry Miller, disse não acreditar que houve censura do Escritório à Noaa. "Duvido que alguém pudesse impor restrições à habilidade da Noaa em articular informações factuais", comentou.

A BP estimou o vazamento em 6,8 milhões de galões por dia. Em abril, a Noaa e a Guarda Costeira atualizaram a estimativa entre 2,7 milhões a 4,6 milhões de galões diários.

Já o governo disse que eram 210 mil galões --o número foi ajustado posteriormente para cima. O relatório indica que o governo estava muito otimista com a habilidade da BP em administrar o acidente e bloqueou as projeções iniciais de vazamento. Se divulgadas, medidas emergenciais seriam colocadas em prática mais rapidamente.

"Apesar de o Comando Unificado ter essas informações e tomá-las como base para suas operações, afirmando que estava agindo sob o pior cenário, o governo nunca divulgou qual era esse cenário", indica o relatório da comissão de investigação.

O oceanógrafo David Hollander, da Universidade do Sul da Flórida, disse estar surpreso com a mordaça imposta à Noaa. Ele comentou que a divulgação pública sobre o acidente poderia ter ajudado os cientistas a descobrirem o que estava acontecendo em tempo real.

O vazamento que ocorreu nas águas do golfo do México matou 11 trabalhadores da plataforma da BP, liberou 206 milhões de galões de óleo e causou prejuízos da ordem de US$ 11,2 bilhões.

 

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