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Brasil diz que "jogo de culpas" de Copenhague persiste em Cancún
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DA EFE, EM CANCÚN
O chefe negociador do Brasil na 16ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança Climática (COP-16), Luiz Alberto Figueiredo, assegurou nesta quarta-feira que se vê, assim como na fracassada reunião de Copenhague, em 2009, "o jogo do eu não faço até que você faça, com um certo jogo de culpas".
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Figueiredo indicou em entrevista coletiva que não interessa ao Brasil participar de nenhum desses jogos.
"Temos que entender que a situação internacional não mudou de Copenhague para hoje. A crise financeira segue aí, as economias de muitos países, especialmente no mundo industrializado, não estão bem e as dificuldades políticas que encontramos em Copenhague seguem presentes, inclusive mais agudas em certos casos", disse.
A declaração do funcionário brasileiro acontece depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter avaliado nesta quarta-feira que a cúpula "acabará sem nada".
De acordo com Figueiredo, as palavras do líder brasileiro mostram a "grande frustração" do governante, que anunciou que o ritmo do desmatamento na Amazônia teve queda de 14% em 2010 com relação ao ano passado.
"Estamos fazendo o que nos comprometemos a fazer, e mais rápido do que nos comprometemos. O que vemos é que outros países não estão igualando este tipo de ação e compromisso", disse o negociador brasileiro.
Figueiredo também indicou que um dos temas principais a serem debatidos em Cancún é o estabelecimento de um segundo período para o Protocolo de Kioto, com novas metas de cortes de emissões de gases do efeito estufa.
O Brasil apoia o estabelecimento de metas de redução de emissões entre 25% e 40% frente os níveis de emissão de 1990, como recomenda o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, pela sigla em inglês).
O chefe negociador do Brasil assinalou, no entanto, que os países em desenvolvimento ainda não devem ser obrigados a cumprir metas vinculativas de mitigação.
"A luta contra a mudança climática é a longo prazo. Após algum tempo todos terão obrigações legalmente vinculativas, mas esse ainda não é o caso".
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