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02/10/2010 - 02h38

Árabes israelenses protestam para lembrar dez anos da segunda Intifada

da BBC Brasil

Palestinos árabes que vivem em Israel realizaram nesta sexta-feira protestos e uma greve geral para marcar os dez anos do início da segunda Intifada, deflagrada pela morte de 13 manifestantes árabes pela polícia israelense.

Segundo líderes do movimento, a maioria das lojas em vilarejos e cidades árabes, principalmente no norte de Israel, aderiu à greve. Milhares de pessoas saíram às ruas para protestar em cidades como Nazaré, Kafar Kana e Haifa.

As manifestações ocorrem em um momento de incerteza sobre as negociações de paz entre palestinos e israelenses, retomadas neste mês pela primeira vez desde o fim de 2008.

Em uma cerimônia em memória dos manifestantes mortos em Nazaré, o prefeito Ramez Jeraissi declarou que "dez anos depois, os policiais que atiraram (nos manifestantes) não foram julgados, e os parentes e a população árabe ainda exigem que o governo israelense faça justiça".

Jeraissi, que é um dos principais líderes da população árabe de Israel, também afirmou que no último ano houve um agravamento da "politica de discriminação dos cidadãos árabes".

Em seu discurso, o prefeito de Nazaré protestou contra a destruição de vilarejos árabes em Israel e contra "um número crescente de projetos de leis racistas".

ONDA DE REVOLTA

A segunda Intifada, como é conhecido o levante palestino contra a ocupação israelense, começou em 29 de setembro de 2000 e durou quatro anos. A onda de revolta gerou episódios de violência que deixaram milhares de mortos dos dois lados do conflito.

Segundo o relatório da ONG israelense de defesa dos direitos humanos Betselem, na última década 7.454 palestinos e israelenses morreram no conflito -- 6.371 do lado palestino e 1.083 do israelense.

De acordo com a Betselem, pelo menos 2.996 dos palestinos mortos eram civis, entre eles 1.371 menores de idade. Entre os israelenses, 741 eram civis -- entre eles, 124 menores.

A entrada de Ariel Sharon, no dia 28 de setembro de 2000, na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, é considerada o estopim da segunda Intifada.

Sharon, que naquela época era o líder da oposição, recebeu a autorização do então primeiro ministro, Ehud Barak, para fazer a visita ao local, considerado um dos mais sensíveis do Oriente Médio.

Cinco meses depois da famosa visita, Sharon tornou-se primeiro ministro de Israel, cargo que manteve até janeiro de 2006, quando sofreu um derrame cerebral e desde então se encontra em estado de coma.

A visita gerou uma onda de protestos de palestinos em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e rapidamente se espalhou para dentro de Israel, envolvendo os cidadãos árabes do país, que saíram às ruas para se manifestar em solidariedade com os palestinos dos territórios ocupados.

A polícia israelense usou armas de fogo para reprimir as manifestações dos cidadãos árabes, alegando que os policiais estavam em perigo de vida.

A morte dos manifestantes gerou um ressentimento da população árabe do país, que vem crescendo com o passar do tempo, pois até hoje os responsáveis não foram punidos.

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