Publicidade
Publicidade
Irã pleiteia vaga em agência da ONU para a mulher
DA BBC BRASIL
Apesar das críticas ao seus históricos em relação ao direito das mulheres, a Arábia Saudita e o Irã podem ingressar na nova Agência da Mulher da ONU (Organização das Nações Unidas), através de uma votação nesta quarta-feira na Assembleia Geral da organização.
A nova entidade, uma das prioridades da gestão do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi criada em julho deste ano, depois de anos de negociações entre os Estados-membros e organizações internacionais de defesa dos direitos da mulher.
Inicialmente, o Irã teria vaga garantida na agência, já que era um dos dez países asiáticos candidatos às vagas reservadas ao continente.
No entanto, o Timor Leste apresentou sua candidatura, gerando a necessidade de uma votação na Assembleia Geral.
A Arábia Saudita ganhará uma das vagas reservadas a doadores de fundos da ONU.
41 MEMBROS
A nova agência terá 41 países membros e iniciará seus trabalhos em janeiro de 2011, unificando o trabalho de quatro antigas entidades da ONU relativas aos direitos das mulheres. A ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, é a diretora-executiva da entidade.
A nomeação do Irã como membro da agência ocorre em meio à polêmica sobre a condenação da iraniana Sakineh Ashtiani.
Sakineh foi julgada culpada de adultério há muitos anos e condenada à morte por apedrejamento. O caso ganhou repercussão internacional em julho, quando se divulgou que ela havia sido condenada à morte por supostamente ter assassinato o marido.
Em setembro, o Irã anunciou a suspensão da execução por apedrejamento, mas disse que ela poderia ser enforcada devido à condenação por homicídio.
O governo iraniano é alvo frequente de relatórios de organizações internacionais por violações de direitos humanos e o tratamento dado às mulheres.
CONDENAÇÃO
A possível eleição do Irã para a nova agência da ONU foi alvo de críticas da ativista iraniana Shirin Ebadi, prêmio Nobel da Paz de 2003.
Em uma conferência de imprensa na terça-feira, Ebadi disse que a nomeação do Irã e da Arábia Saudita como membros de uma entidade da mulher soaria como uma "piada".
"A inclusão de países como Irã e Arábia Saudita é como uma piada. Eu acho que a entidade que tem membros como esses que vemos agora não chegará a lugar algum", disse ela na sede da ONU.
Estudos da ONU apontam graves problemas no tratamento às mulheres na Arábia Saudita e Irã.
Segundo a própria ONU, mulheres nesses países são constantemente submetidas a humilhações, falta de proteção legal, assédio, leis abusivas e a falta de direitos básicos.
Na Arábia Saudita, mulheres só podem dirigir acompanhadas do marido e estão proibidas de tomar decisões importantes sem a permissão de um parente masculino.
Os Estados Unidos criticaram a escolha do Irã como membro da Agência da Mulher, mas não se pronunciaram em relação à Arábia Saudita, país aliado dos americanos no Oriente Médio.
Colunistas em jornais árabes disseram que as pretensões da Arábia Saudita e do Irã em se tornar membros da nova agência têm como objetivo influenciar suas futuras decisões sobre a situação das mulheres em seus territórios.
Segundo os jornais, eles tentarão exercer pressão para minar relatórios de condenação aos dois países.
Os governos da Arábia Saudita e do Irã não se pronunciaram sobre as críticas de ativistas e organizações internacionais a suas pretensões de fazer parte da agência da ONU para os direitos da mulher.
+ Notícias sobre o Irã
- Ahmadinejad diz que não discutirá questão nuclear com potências
- AIEA volta a pedir ao Irã que permita inspeções em suas instalações nucleares
- Bush ordenou que Pentágono planejasse ataques a Irã e Síria
+ Notícias em Mundo
+ Livraria
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice