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05/09/2011 - 12h42

Filhos de Gaddafi deixam cidade cercada, dizem opositores

DA BBC BRASIL

Dois filhos do coronel Muammar Gaddafi que estavam abrigados em Bani Walid --a sudeste da capital Trípoli --abandonaram a cidade, que está cercada por forças ligadas ao Conselho Nacional de Transição (CNT), segundo informou à BBC nesta segunda-feira um dos líderes do grupo.

Mustafa Abdul Jalil, chefe do CNT, que já controla a maior parte do país, disse que Saif al Islam e Mutassim Gaddafi estavam bloqueando a rendição da cidade --uma das quatro do país que ainda estão sob controle de --forças pró-Gaddafi. As outras são Al Khufra, Sebha e a cidade natal de Gaddafi, Sirte.

Os filhos de Gaddafi teriam deixado a cidade no sábado em direção ao sul do país.

Combatentes alinhados ao CNT, que cercaram Bani Walid (a 150 km de Trípoli) neste domingo, disseram inicialmente que as negociações de paz com as forças leais a Gaddafi haviam falhado e que uma ofensiva contra a cidade poderia ocorrer a qualquer momento.

Mas Abdul Jalil disse que, agora que se tem conhecimento de que os filhos de Gaddafi deixaram o local, o diálogo se manterá aberto até o fim do novo ultimato imposto às cidades, no sábado, "para evitar mais derramamento de sangue".

Ainda assim, centenas de opositores de Gaddafi estão ocupando caminhões repletos de armamento nos arredores da cidade. Além de ser um bastião de Gaddafi, Bani Walid também abriga a maior e mais poderosa tribo da Líbia, a Warfalla.

NEGOCIAÇÕES

Horas antes, o negociador do CNT Abdullah Kenchil disse ao correspondente da BBC Ian Pannel que dois coronéis e outros combatentes em Bani Walid permanecem sendo uma ameaça.

Ele disse que os negociadores tentaram persuadi-los a entregar as armas por causa do perigo para os civis locais.

"Não queremos que nada aconteça com ninguém em Bani Walid. Queremos entrar pacificamente e garantir a segurança da população, que de outra maneira pode ser usada como escudo humano ou ser alvo de vingança, caso não apoiem (as forças leais a Gaddafi)."

Kenchil disse ainda que os oficiais militares pró-Gaddafi receberam garantias de que teriam um tratamento justo e seriam julgados por supostos abusos durante o levante se entregassem as armas.

Para alguns analistas, a tomada dos últimos bastiões de resistência pró-Gaddafi é necessária para que o CNT consolide o controle sobre todo o país para poder formar um governo significativo e eliminar a ameaça do antigo regime.

MEMBROS DA FAMÍLIA

No domingo, o CNT informou que outro filho de Gaddafi, Khamis, teria sido morto em uma batalha perto de Trípoli e enterrado perto de Bani Walid. A informação foi mais tarde desmentida e o grupo afirmou que não sabe ao certo se Khamis morreu ou não.

A morte de Khamis Gaddafi já havia sido anunciada em outras duas ocasiões durante os conflitos com o governo.

Muhammad, o filho do ex-chefe da inteligência Abdullah Senussi, também teria sido morto.

O paradeiro de Gaddafi permanece desconhecido. Seu porta-voz, Moussa Ibrahim, afirmou à agência de notícias Reuters em uma entrevista telefônica que o coronel estaria em algum lugar na Líbia, cercado em segurança por apoiadores leais.

Neste domingo, o CNT afirmou que sabia do paradeiro de Gaddafi, mas não confirmou nenhuma localização específica.

ARMAS CHINESAS

No front internacional, a China admitiu que fornecedores de armas chineses se encontraram em julho com representantes de Gaddafi, apesar de um embargo à venda de armas ao líder líbio.

Uma porta-voz da Chancelaria chinesa disse que os enviados de Gaddafi foram à China sem que o governo tivesse conhecimento e que nenhum acordo foi firmado.

Um proeminente líder anti-Gaddafi está exigindo um pedido de desculpas por parte da Grã-Bretanha e dos EUA, por supostamente terem apoiado sua captura e tortura na Líbia em 2004.

Supostos documentos da CIA (agência de inteligência americana) encontrados por forças anti-Gaddafi em Trípoli teriam indicado que Abdel Hakim Belhaj --que hoje comanda a capital líbia, mas que em 2004 esteve envolvido com um grupo islâmico-- foi preso em Bancoc em uma operação anglo-americana, levado à Líbia sem ser processado legalmente e torturado por agentes líbios.

O premiê britânico, David Cameron, pediu uma investigação independente do caso.

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