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Declaração do Ibas manterá 'solução síria para problema sírio'
DA BBC BRASIL
Os ministros das Relações Exteriores de Índia, Brasil e África do Sul passaram a segunda-feira elaborando os detalhes da declaração final do quinto encontro de cúpula do Fórum do Ibas (grupo formado por Índia, Brasil e África do Sul).
O documento deve manter a posição conjunta dos três países em relação à crise na Síria, de defender uma solução através do diálogo entre o governo e oposição, apesar de recentes sinais do Itamaraty de que o Brasil poderia estar disposto a adotar uma postura crítica em relação ao governo sírio.
O documento deve ser assinado nesta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff, o premiê indiano, Manmohan Singh, e o presidente sul-africano, Jacob Zuma, segundo informou o Itamaraty à BBC Brasil.
Em agosto, Brasil, Índia e África do Sul se abstiveram na votação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que impunha sanções e fazia uma condenação ao regime do sírio Bashar Assad, acusado no texto pela morte de civis que promovem manifestações no país.
O Ibas não condenou o regime de Assad, e em declaração conjunta exortou ambas as partes -- oposição e governo -- a dialogarem.
Seguindo a filosofia original do Fórum do Ibas, que foi concebido em 2003 com o objetivo de coordenar a posição dos três países em foros multilaterais, Brasil, Índia e África do Sul mandaram em agosto uma missão de embaixadores à Síria para fazer uma avaliação sobre o conflito interno.
ABSTENÇÃO
Após a missão, foi decidida a abstenção na votação do Conselho de Segurança, do qual os três países fazem parte atualmente -- em vagas rotativas e sem poder de veto.
A abstenção do Ibas não influenciou diretamente o resultado da votação -- já que China e Rússia usaram seu poder de veto para derrubar a resolução --, mas a postura despertou críticas de ativistas de direitos humanos, como o grupo Human Rights Watch, e contrariou a posição de países ocidentais como Estados Unidos e Reino Unido.
No entanto, desde então o Brasil mostrou sinais de que poderia estar mudando de posição ao declarar apoio a uma resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU que criticou o regime de Assad.
Mas a declaração final do Ibas a ser anunciada nesta terça-feira em Pretória é mais semelhante à posição manifestada em agosto, ao defender uma "solução síria".
Os documento também manifestará apoio à centralidade das Nações Unidas nas questões internacionais de segurança, e o papel da Liga Árabe e da União Africana nas questões do norte da África.
Na segunda-feira, ativistas sírios denunciaram a morte de pelo menos 21 opositores na cidade de Homs por forças de segurança do governo sírio.
Militares dissidentes disseram a uma correspondente da BBC na Síria que os soldados têm sido instruídos a atirar em qualquer pessoa que esteja nas ruas.
Segundo a ONU, mais de 3.000 pessoas já morreram na Síria desde o início dos protestos contra o regime de Al Assad.
CRISE
Sobre a crise financeira internacional, o documento será mais brando do que as declarações feitas pela presidente Dilma Rousseff nos seus pronunciamentos mais recentes.
O texto alertará para os efeitos que a instabilidade nos países ricos está provocando no mundo emergente, mas não trará críticas específicas aos programas de cortes de gastos públicos - uma das críticas feitas pela presidente brasileira aos governos europeus.
O documento também trará um compromisso dos três países de consolidar e racionalizar o Fórum do Ibas, que foi concebido em 2003 para promover a aproximação de Índia, Brasil e África do Sul.
Foram criados 16 grupos de trabalho em diferentes áreas, que foram responsáveis por criar diferentes projetos - como o lançamento conjunto de um satélite e a criação de um fundo conjunto de alívio à pobreza, que atua no Laos, Serra Leoa, Timor Leste, Sudão e Sudão do Sul.
África do Sul e Brasil defendem que, para consolidar o trabalho do Ibas, alguns grupos precisam ser fundidos e outros abandonados.
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