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21/03/2011 - 00h15

Organizações do terceiro setor: ações empreendedoras que transformam a sociedade

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MÁRCIA MOUSSALLEM *

Não podemos deixar de observar e reconhecer as inúmeras iniciativas empreendedoras por parte da sociedade civil. De norte a sul do país, as ações e projetos inovadores passam a fazer parte do cenário público beneficiando um número grande de pessoas.

Apesar da forte tradição cultural de um Estado patrimonialista e de uma sociedade civil tutelada por esse Estado, novas ações coletivas apontam para mudanças e inovações no que diz respeito a uma agenda local de participação e inovação na solução dos problemas sociais. A sociedade civil tem por sua vez mostrado a capacidade de construir variadas formas de organização, de identidade, de solidariedade, bem como de organização democrática.

Neste cenário, as ações nascem a partir de uma idéia, um sonho de uma pessoa ou de um grupo de pessoas e passam a ser compartilhadas em benéfico público. É a inquietação e a vontade de fazer algo frente às questões sociais que ultrapassa a ideologia individualista capitalista para a construção de uma sociedade mais justa. Com dizia um velho sábio árabe: "Ter uma ideia que traga o bem ao outro independe do sistema que vivemos".

Um dos casos inovadores e de empreendedorismo que vale a pena a ser citado é o da Fundação Dona Mindoca Rennó Moreira, criada em 1959 no município de Santa Rita do Sapucaí (MG). O sonho de uma mulher de classe alta chamada Luzia Rennó Moreira, dona Sinhá Moreira, em construir uma escola técnica de eletrônica (a ETE), passou a fazer parte de um sonho coletivo e de desenvolvimento de uma comunidade.

Essa mulher destinou um valor substancial e parte dos seus bens patrimoniais a um fundo para a entidade, por meio de um testamento para a criação de uma fundação. Destacou em seu testamento que a missão de dirigir seu empreendimento educacional caberia aos padres jesuítas.

A ETE é a primeira escola de eletrônica da América Latina e a 7ª a ser criada no mundo. A maioria dos alunos que ingressa na escola é proveniente de classes sociais com baixa renda, cujas famílias não têm condições de oferecer um curso técnico e profissionalizante aos seus filhos. É reconhecida como a responsável pela origem do vale da eletrônica do Brasil, formado por de mais de 200 empresas voltadas para produtos eletrônicos, muitas delas fundadas por empresários ex-alunos da ETE.

Caso como este vale a pena destacar e conhecer. Infelizmente, são casos que na maioria das vezes são desconhecidos, mas que, com certeza, são singulares como ações empreendedoras que contribuem para a melhoria da qualidade de vida da população.

O valor dessas ações não pode e não deve ser analisado como sinônimo de ações filantrópicas individuais, mas como um exemplo de cidadania na qual é possível a sociedade civil criar alternativas que promovam o desenvolvimento.

*Márcia Moussallem --cientista social, MBA em Gestão para Organizações do Terceiro Setor, mestre e doutoranda em Serviço Social pela PUC-SP. Professora da PUC-COGEAE e FGV-PEC nos cursos de gestão para o terceiro setor. Professora da Uniban, no curso de Serviço Social. Vice-Presidente e Coordenadora do IATS - Instituto de Administração para o Terceiro Setor Luiz Carlos Merege. Contato: e-mail moussallem@iats.org.br.


 
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