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27/10/2011 - 20h54

Teatro de fantoches

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IVANILDO LOURENÇO *
PLANETA VOLUNTÁRIOS

A era vivida nos dias atuais, além de tecnológica, estimula o consumo desenfreado sem considerar o pensamento verde, que deveria manter acesa a preocupação com o ambiente e com o planeta de forma geral.

Mas essa discussão não traz nada de novo. Novidade seria perceber um possível crescimento das iniciativas das empresas de não deixar pegadas nos caminhos que levam ao seu sucesso mercadológico.

Desde os pensamentos de Keynes que a lógica econômica reforça a propensão para o consumo. Ele considerou o investimento como motor do progresso e e teceu umas das primeiras discussões sobre o t ema.

E o que move o consumo é o desejo. Seja o desejo que suprirá as necessidades primordiais da fome e da sede como também aquele que faz uma adolescente, por exemplo, desejar uma bolsa da marca ou a última criação do mundo dos jeans.

E é banalização do homem que precisa dessa representação espetacular que está em jogo. Como afirmou Guy Débord quando disse que "do carro à televisão, todos os bens selecionados pelo sistema espetacular são armas para reforçar as condições de isolamento das multidões solitárias".

Essa análise, profundamente atual, que vê o consumidor como aquele que aceita, cada dia mais, reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade ao mesmo tempo se distancia da compreensão de sua existência e desejos reais.

Não que as sociedades estejam à margem da agulha hipodérmica e, passivamente, aceitando os conteúdos midiáticos, alienados ou sendo seduzidos por propagandas subliminares. Mas essa enxurrada de incitações acaba por ser incisiva e repetitiva ao ponto de se infiltrarem no íntimo desejo das sociedades.

O novo seriado norte-americano da Fox "Terra Nova" mostra uma família que aos idos do ano de 2140 é selecionada para retornar ao passado de 85 milhões de anos, por meio da descoberta de uma fresta nos portões do tempo e espaço, e, junto de outras famílias se tornam a possibilidade de salvação da humanidade, presenteados por um recomeço.

Os Estados Unidos, e isso também não é novidade, está no topo da lista de poluidores do planeta. Mais do que sequestrar o carbono em reservatórios no subsolo seria fundamental outra política para a preservação do meio ambiente.

E isso é difícil de pensar para um país que lidera a produção das marcas que são objeto de desejo em todo mundo e tem os quereres reforçados por toda a produção fílmica e artística do país.

E é o mundo capitalista regido pelo fetichismo e pela busca pelo gozo que tem, na publicidade, a utilização da imagem e da marca se oferecendo para a identificação de todos, sem restrição a nenhuma classe social.

Sem transformar o artigo em um palanque repleto de "nós deveríamos conscientizar", o fato é que o consumo desenfreado corrói qualquer iniciativa de pensamento sustentável.

A lógica que deve ser transformada tem como base, mais uma vez, a educação e os valores que são transmitidos aos filhos e aos filhos dos filhos. Nenhum de nós quer ver nossas crianças se surpreendendo ao serem presenteados com uma fruta como se fosse um raro diamante azul.

Ninguém quer que precisemos filtrar o ar antes de respirá-lo por sua toxicidade e ninguém quer voltar à era dos dinossauros para tentar salvar a espécie humana.

A palavra de ordem não é mais conscientizar, mas sim, acordar. Acordar e desfazer essa confusão que mistura objetos de consumo com objetos de desejo e insere todos na busca pela satisfação das necessidades.

Uma busca que nunca se encerra e que vive da sua própria insatisfação para continuar subsistindo e influenciando cada dia mais pessoas. Um dia descobriremos que a queima do dinheiro não produz oxigênio.

*Ivanildo Lourenço é empreendedor social e palestrante. Colaboração: Nadini Lopes, mestranda no programa de Ciências da Comunicação / ECA (USP).


 
Patrocínio: Coca-Cola Brasil e Portal da Indústria; Transportadora Oficial: LATAM; Parceria Estratégica: UOL, ESPM, Insper e Fundação Dom Cabral
 

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