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28/09/2010 - 16h34

Apenas um terço dos portadores de HIV tem acesso a tratamento, diz OMS

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O acesso aos medicamentos contra a Aids ainda é restrito e só um terço da população mundial portadora do vírus HIV consegue obter tratamento adequado, informa um relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgado nesta terça-feira. A situação, contudo, melhorou em alguns países de população majoritariamente de baixa e média renda.

O relatório, produzido em parceria com a Unicef, alerta que as metas estabelecidas pelos países da ONU há quatro anos para universalizar o acesso à prevenção e tratamento até 2010 são "improváveis".

Apesar de um aumento de cerca de 4 milhões para 5,2 milhões de adultos e crianças que recebem tratamento contra o HIV no mundo, entre 2008 e 2009, o número representa apenas um terço da população afetada.

No campo da prevenção, 67 milhões de pessoas em cem países se submeteram a um teste de diagnóstico de HIV em 2009, um aumento "insuficiente" em relação ao ano anterior. Segundo dados da África subsaariana, menos de 40% das pessoas contaminadas sabem possuir o vírus.

O crescimento foi afetado, afirma a OMS, pela crise econômica mundial que afastou os financiadores dos projetos e deixou os investimentos em "ponto morto". A organização insta assim os doadores, países e organizações, a continuarem contribuindo.

"Estamos no caminho certo, mas precisamos de ao menos US$ 10 bilhões para alcançar ótimos resultados", disse Paul De Lay, diretor da agência da ONU de combate à Aids, em apelo a doadores às vésperas da conferência de Nova York do Fundo Global para a Aids, na próxima semana.

O informe afirma ainda que existem múltiplos obstáculos legais e socioculturais à universalização do tratamento e prevenção, em especial para os grupos de maior risco de contaminação, como consumidores de drogas injetáveis, profissionais do sexo e gays. As organizações recomendam portanto eliminar as leis punitivas ainda vigentes em países mais conservadores.

Outro obstáculo destacado no relatório é a falta de garantias sanitárias do sangue disponibilizado para transfusões em países menos desenvolvidos, nos quais apenas 48% das doações são submetidas a exames de diagnóstico antes de serem utilizadas --frente a 99% em países ricos.

Estas barreiras, além de outras citadas pelo documento, elevaram a cifra mundial de portadores de HIV a 33,4 milhões de pessoas, número que representa um "desafio para a saúde pública em termos de oferta e disponibilidade de tratamentos", de acordo com o relatório.

Hiroki Nakatani, diretor da OMS para HIV, tuberculose e malária, adiou de 2010 para 2015 a meta da ONU de acesso universal ao tratamento do HIV.

BOAS NOTÍCIAS

Apesar do quadro em geral negativo, o relatório da OMS traz algumas boas notícias no combate à doença. Em cinco anos, saltou de 15% para 59% o número de mulheres grávidas contaminadas com acesso a tratamento adequado para proteção dos fetos em países pobres.

Em 15 países, incluindo África do Sul, Botsuana, Namíbia e Suazilândia, a distribuição de antirretrovirais a mulheres grávidas aumentou 80%. Em 14 países, incluindo Brasil, Namíbia e Ucrânia, mais de 80% das crianças contaminadas receberam tratamento.

A contaminação de bebês pela mãe é uma das principais fontes de transmissão do vírus e ainda afeta mais de mil bebês por dia, seja durante a gravidez, o parto, ou a amamentação, segundo Jimmy Kolker, diretor de HIV do Unicef.

Há ainda o aumento no número de países pobres que iniciaram atividades de prevenção em grupos da população sob maior risco de contaminação, como consumidores de drogas injetáveis, profissionais do sexo e gays.

"Muitos países demonstraram que se pode universalizar o acesso", disse Nakatani, citando os oito países que atingiram mais de 80% da população adulta contaminada com acesso a tratamento: Cuba, Camboja, Croácia, Botsuana, Guiana, Omã, Romênia e Ruanda.

Segundo o diretor da OMS, o progresso em regiões como a África subsaariana, a mais afetada pelo HIV, com um aumento de 32% para 41% na cobertura médica dos casos em um ano, "oferece esperança".

"Contudo, segue sendo um compromisso inacabado e devemos aumentar os esforços para os próximos anos", ressalva.

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