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Novo premiê australiano pedirá desculpas a aborígenes
da BBC Brasil
O governo australiano vai fazer um pedido formal de desculpas à população aborígene por abusos sofridos no passado, de acordo com o novo primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, eleito no fim de semana.
O trabalhista Rudd disse que o pedido será formalizado no início do seu mandato. Durante o governo anterior, o conservador John Howard se recusou, inúmeras vezes, a pedir desculpas.
"(O pedido de desculpas) será feito cedo no período parlamentar", disse Rudd. "Vamos fazer (o pedido) como parte de um processo de consulta envolvendo comunidades, e isso pode levar algum tempo", acrescentou.
Em seu discurso logo apór ter sido declarado vitorioso, Kevin Rudd disse que seria um "primeiro-ministro para os povos nativos australianos".
A vice-líder do Partido Trabalhista, Julia Gillard, disse que a prioridade é acabar com a diferença entre as médias de expectativa de vida de povos aborígenes e do resto da população, que é de cerca de 17 anos.
A população nativa australiana é hoje uma minoria empobrecida.
Milhares de crianças aborígenes foram entregues a famílias brancas como parte das chamadas "políticas de assimilação" adotadas pelo país entre 1915 e 1969.
"Nova era"
Líderes aborígenes vêm celebrando a vitória dos trabalhistas nas eleições.
Eles dizem ter esperança de que o novo governo seja o início de uma "nova era" nas relações raciais no país.
As reivindicações das comunidades aborígenes abrangem várias questões, entre elas o direito à terra e a criação de um órgão político aborígene independente.
Também haverá pressão sobre Rudd para que ele faça mudanças em políticas polêmicas de combate ao abuso de crianças em assentamentos aborígenes criados pelo governo anterior.
As reformas radicais adotadas pelos conservadores incluíram a proibição do consumo de álcool, exames médicos obrigatórios para crianças e um aumento no número de policiais.
As medidas foram condenadas por líderes aborígenes, entre eles Michael Mansell, do Tasmanian Aboriginal Centre.
"Povos aborígenes em todo o país ficaram muito felizes em saber que John Howard foi derrotado", disse Mansell.
"Mas acho que o que eles celebraram foi, na verdade, o fim de Howard e Mal Brough, ministros que fabricaram razões para o envio de tropas às comunidades aborígenes e para o confisco de terras dos povos no Northern Territory."
"Sabemos que temos muito trabalho a fazer com o Partido Trabalhista", acrescentou o líder aborígene.
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