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Repórter da BBC relata o que viu em Mumbai
da Folha Online
Pelo menos 101 pessoas morreram e 287 ficaram feridas em uma série de ataques em Mumbai (antiga Bombaim), capital financeira da Índia. O correspondente da BBC Prachi Pinglay estava na cidade quando os ataques aconteceram e descreve o que viu.
"Bhairavsingh Sinha, de cerca de 50 anos, estava esperando, na estação Chhatrapati Shivaji Terminus, por um trem para Varanasi com sete familiares quando o grupo foi atingido pelo tiroteio que aconteceu no local. A filha e o neto de Sinha ficaram seriamente feridos.
A maior parte das mortes nessa série de ataques em Mumbai teria acontecido no terminal ferroviário, onde dois homens começaram a atirar em passageiros que esperavam por seus trens.
No hospital de Saint George, no sul da cidade, a morte de 63 pessoas foi confirmada. Quase cem foram enviadas para outros hospitais. A maior parte das vítimas morreu dos ferimentos provocados por tiros, segundo os médicos.
A cena na recepção do hospital era chocante. Vários corpos estavam enfileirados no local, e os familiares das vítimas chegavam para identificá-las.
Os médicos disseram que a maior parte dos feridos que precisavam de tratamento mais sério estava sendo enviada para outros hospitais.
Enquanto a filha de Bhairavsingh lutava pela própria vida no hospital Saint George, os filhos dela, Sachin, 5, e outro de 2 anos, foram levados ao hospital JJ.
Aguardando do lado de fora do hospital JJ, Bhairavsingh disse que queria levar os netos para perto da mãe.
"Os dois meninos devem estar chorando sem a mãe. Nós precisamos ficar com ela. Ela ficou gravemente ferida", disse.
"Nós estávamos apenas esperando para voltar para Varanasi. Quando eu fui pegar as passagens, o tiroteio começou. Quando eu voltei para onde minha família estava, aqueles homens tinham matado tantas pessoas."
"Nunca aconteceu antes*
No hospital JJ, mais de 125 pacientes foram admitidos. Os funcionários do hospital estavam impedindo que qualquer pessoa entrasse no local para evitar que ficassem superlotação.
Mastan Qureshi, um guia turístico, foi uma das vítimas no estação de trem. O seu cunhado, Mohammed Hanif Peer Mohammad, disse que ele estava esperando por alguém quando recebeu o tiro.
Qureshi foi levado primeiro para um hospital e, depois, para JJ, onde ele morreu na manhã desta quinta-feira.
Hanif estava consolando a irmã, Shahida, que chorava em frente ao portão do hospital. "Eu vi a guerra de 1965, os tumultos de Bombaim, mas isso é uma coisa que nunca aconteceu antes", disse.
Bicky Goswami estava esperando por um parente que havia recebido um tiro na perna.
"O sangramento não parou", disse. "A mulher dele está grávida, e eles não são de Mumbai. Eles estavam apenas esperando pelo trem para ir para Patna e tudo isso aconteceu."
No hospital Bombaim, vários estrangeiros foram admitidos, dois deles americanos, segundo o porta-voz do hospital, Ashish Tiwari.
Ele disse que o hospital estava coletando dados sobre estrangeiros, mas que à medida que os pacientes chegavam durante a noite, ficava difícil manter os detalhes de todos atualizados."
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