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17/06/2009 - 10h35

Crise no Irã divide autoridades e analistas israelenses

GUILA FLINT
da BBC Brasil, em Tel Aviv

A crise após as eleições no Irã divide as opiniões em todos os setores da sociedade israelense, tanto no poder, como entre os analistas e a população.

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Alguns acham que a vitória do presidente Mahmoud Ahmadinejad "é melhor para Israel" e outros demonstram preocupação com sua reeleição e a repressão aos reformistas.

O chefe do Mossad (serviço de inteligência de Israel), Meir Dagan, afirmou, em uma reunião com a comissão de Segurança do Parlamento que, "se [Mir Houssein] Mousavi ganhasse, seria mais difícil explicarmos a questão iraniana para o mundo, pois ele tem uma imagem de moderado".

O Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota declarando que "se havia alguma esperança de mudança no Irã, a reeleição de Ahmadinejad expressa o agravamento da ameaça iraniana".

Segundo a imprensa local, nos bastidores, a maioria dos líderes políticos concordam com a opinião do chefe do Mossad e acham preferível a vitória de Ahmadinejad.

A crise pós-eleitoral iraniana desperta um grande interesse em Israel, principalmente pelas ameaças feitas pelo presidente do Irã de "destruir Israel" e pelo desenvolvimento do programa nuclear no país.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, chegou a afirmar algumas vezes que o Irã poderia causar um "segundo Holocausto", fortalecendo mais ainda os temores da população de que o programa nuclear iraniano poderia resultar na fabricação de uma bomba atômica que seria lançada contra Israel.

De acordo com o analista Amos Harel, do jornal "Haaretz", "paradoxalmente, parece que do ponto de vista de Israel, a vitória do atual presidente Mahmoud Ahmedinejad é preferível, pois a vitória do candidato reformista poderia encobrir a face da ambição nuclear iraniana com uma máscara atraente".

"Membros importantes das Forças de Defesa Israelense, como o ex-chefe do Mossad Efraim Halevy, disseram que o comportamento do presidente iraniano, considerado no Ocidente como quase louco, contribuiu para os interesses de segurança israelenses", afirma Harel.

Já Oded Granot, analista do canal estatal da TV israelense, discorda dessa visão.

Hezbollah

"Aqueles que dizem preferir a vitória de Ahmadinejad estão em 'boa companhia', junto com Hezbollah, a Síria e a China", ironizou Granot.

"Não se pode ignorar as justas aspirações dos reformistas iranianos por liberdade de expressão e por uma maior abertura do Irã", acrescentou.

"E para Israel também seria melhor se a liderança do Irã fosse mais moderada e se naquele país houvesse mais democracia", disse o analista.

De acordo com opiniões ouvidas pela BBC Brasil nas ruas de Tel Aviv, a população israelense também está dividida sobre a crise iraniana.

"Para nós é melhor que o mundo veja a cara feia de Ahmedinejad do que a cara bonitinha do outro (Mousavi), assim talvez nos ajudem a impedir que eles tenham a bomba atômica", disse o alfaiate Avraham Babaiof, de 58 anos.

Para a professora de artes Maya Lerman, de 31 anos, é "óbvio que é melhor que os reformistas ganhem".

"Eu me identifico com os jovens do Irã e espero que eles consigam derrubar Ahmadinejad, acho um absurdo essa repressão à liberdade de expressão e essas fraudes nas eleições", afirmou.

"Acho que para Israel também é melhor que o candidato reformista ganhe, ele é mais moderado e com ele poderá ser mais fácil dialogar", acrescentou Lerman.

Comentários dos leitores
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Eu não duvido de nada, se os EUA em alguns anos, implantarem algumas bases de mísseis de longo alcance no Iraque, pois estão lá e tem mais de 100 mil soldados, agora lógico. A Russia esta fazendo o mesmo apoio ao Irã, Pra ser mais exato, a guerra fria ainda não acabou só mudou de época. Lógico com vantagem dos EUA, mas a Russia tem seus prô e contras, ainda tem tecnologia suficiente e possui o maior arsenal de bombas atômicas. EUA estão no paquistão não para combater o Taliban, estão presentes numa região que demanda conflitos eternos, e que sempre terá um para vender armas, e tecnologia. Sabemos de praxe Srs (as) que guerras são grande negócios, em valores astronômicos. Antes não se dava ênfase á aquela região, hoje em dia a região é estratégica para as super potencias, envolve muito dinheiro e conflitos a vista. Por isso tanto interesse e tanta movimentação bélica. sem opinião
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J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
RU treina soldados iraquianos para proteger seus poços de petróleo.
"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
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J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
Alguns não querem que o Brasil se aproxime do Irã, outros não querem que se aproxime do criminoso Israel, porém lembrem-se que estão num país que não tem rabo preso. O presidente do Irã virá, o ministro de Israel, Kadafi, Obama. Isso é liberdade e autodeterminação. De que adianta essa panacéia com relação ao mundo árabe? Nada. 1 opinião
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