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09/12/2006
-
11h07
da BBC Brasil, em Cochabamba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs nesta sexta-feira a criação de um Parlamento Sul-Americano com sede em Cochabamba, cidade boliviana onde ele e outros seis chefes de Estado participam da 2ª Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa).
"Que fantástico será o dia em que teremos um Parlamento da América do Sul ou um Parlamento da América Latina em uma cidade como Cochabamba", afirmou Lula em discurso durante a cerimônia de abertura do evento.
O presidente, que chegou na tarde de sexta-feira à Bolívia, disse esperar que a implementação do Parlamento regional seja possível antes de ele terminar seu segundo mandato, em 2010, ou "muito antes".
Lula também defendeu a criação de uma comissão permanente de altos funcionários, com sede no Rio de Janeiro, como um dos mecanismos que considera necessários para monitorar a implementação de compromissos assumidos durante reuniões de cúpula como a de Cochabamba.
"Às vezes os presidentes decidem, falam com a imprensa e, um ano mais tarde, um ano depois, não aconteceu nada. Por quê? Porque têm mais artigos para proibir do que para permitir."
O presidente citou como exemplo o fato de um acordo firmado entre ele e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, há um ano, para a construção de uma refinaria da Petrobras com a estatal venezuelana PDVSA, ainda não ter saído do papel.
Infra-estrutura
Lula disse ainda que, dois anos após a criação da Casa, a área mais deficitária no processo de integração regional é a infra-estrutura.
"A América do Sul é um continente que ainda não se comunica de forma satisfatória", disse o presidente.
Lula defendeu a implementação de "instrumentos financeiros adequados", citando como exemplo a criação de um banco sul-americano de desenvolvimento --idéia do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Segundo o presidente, as obras de infra-estrutura e a integração energética serão para a América do Sul os "pilares" da integração, da mesma forma como o aço e o carvão foram para a integração européia nos anos 50.
Comunicação
No final do pronunciamento, Lula brincou com a dificuldade de comunicação entre brasileiros e o resto da região de língua espanhola.
"Eu sempre tenho uma preocupação quando fazemos um encontro entre brasileiros e latino-americanos, porque nem sempre os latino-americanos entendem português e nem sempre os brasileiros entendem os latino-americanos", disse o presidente, que em seguida admitiu ter errado ao não chamar um intérprete para o seu discurso, que durou cerca de 40 minutos.
"Eu fico olhando para a cara do Chávez e sei que ele tem dificuldade para entender o português e, muitas vezes, eu fico conversando com o companheiro e eu não entendo todas as palavras em espanhol", disse o presidente.
Lula encontrou-se nesta sexta-feira com o presidente boliviano, Evo Morales, e teve uma reunião bilateral na manhã deste sábado com a chilena Michelle Bachelet.
O presidente deverá voltar para Brasília ainda neste sábado, após o encerramento da reunião de cúpula sul-americana.
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Na Bolívia, Lula propõe a criação de um Parlamento sul-americano
CAROLINA GLYCERIOda BBC Brasil, em Cochabamba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs nesta sexta-feira a criação de um Parlamento Sul-Americano com sede em Cochabamba, cidade boliviana onde ele e outros seis chefes de Estado participam da 2ª Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa).
"Que fantástico será o dia em que teremos um Parlamento da América do Sul ou um Parlamento da América Latina em uma cidade como Cochabamba", afirmou Lula em discurso durante a cerimônia de abertura do evento.
O presidente, que chegou na tarde de sexta-feira à Bolívia, disse esperar que a implementação do Parlamento regional seja possível antes de ele terminar seu segundo mandato, em 2010, ou "muito antes".
Lula também defendeu a criação de uma comissão permanente de altos funcionários, com sede no Rio de Janeiro, como um dos mecanismos que considera necessários para monitorar a implementação de compromissos assumidos durante reuniões de cúpula como a de Cochabamba.
"Às vezes os presidentes decidem, falam com a imprensa e, um ano mais tarde, um ano depois, não aconteceu nada. Por quê? Porque têm mais artigos para proibir do que para permitir."
O presidente citou como exemplo o fato de um acordo firmado entre ele e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, há um ano, para a construção de uma refinaria da Petrobras com a estatal venezuelana PDVSA, ainda não ter saído do papel.
Infra-estrutura
Lula disse ainda que, dois anos após a criação da Casa, a área mais deficitária no processo de integração regional é a infra-estrutura.
"A América do Sul é um continente que ainda não se comunica de forma satisfatória", disse o presidente.
Lula defendeu a implementação de "instrumentos financeiros adequados", citando como exemplo a criação de um banco sul-americano de desenvolvimento --idéia do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Segundo o presidente, as obras de infra-estrutura e a integração energética serão para a América do Sul os "pilares" da integração, da mesma forma como o aço e o carvão foram para a integração européia nos anos 50.
Comunicação
No final do pronunciamento, Lula brincou com a dificuldade de comunicação entre brasileiros e o resto da região de língua espanhola.
"Eu sempre tenho uma preocupação quando fazemos um encontro entre brasileiros e latino-americanos, porque nem sempre os latino-americanos entendem português e nem sempre os brasileiros entendem os latino-americanos", disse o presidente, que em seguida admitiu ter errado ao não chamar um intérprete para o seu discurso, que durou cerca de 40 minutos.
"Eu fico olhando para a cara do Chávez e sei que ele tem dificuldade para entender o português e, muitas vezes, eu fico conversando com o companheiro e eu não entendo todas as palavras em espanhol", disse o presidente.
Lula encontrou-se nesta sexta-feira com o presidente boliviano, Evo Morales, e teve uma reunião bilateral na manhã deste sábado com a chilena Michelle Bachelet.
O presidente deverá voltar para Brasília ainda neste sábado, após o encerramento da reunião de cúpula sul-americana.
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