Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/01/2007 - 11h51

Mercosul enfrenta dilema por causa da Venezuela, diz "NYT"

da BBC Brasil

Os líderes sul-americanos reunidos no Rio para a cúpula do Mercosul estão diante de um impasse, segundo o jornal americano "The New York Times" desta sexta-feira.

"A questão é polêmica: o Mercosul deve continuar a enfatizar a integração econômica, como querem Brasil e Argentina, ou deve se transformar em uma aliança política de cunho 'anti-imperialista', como defende o presidente venezuelano Hugo Chávez?", diz o artigo.

O jornal entrevista representantes brasileiros que se queixam da atual situação do Mercosul. Um deles é o ex-embaixador do Brasil em Londres e em Washington Rubens Barbosa, que qualifica o bloco como "uma bagunça".

"A União Européia negocia os termos de entrada de novos países antes que isso ocorra. Mas aqui, fizemos o contrário, o que é uma loucura, porque agora a Venezuela não quer aceitar as condições impostas aos membros", disse Barbosa ao "New York Times".

Já o ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia qualifica como "um erro tremendo" a entrada da Venezuela no Mercosul.

"Os outros países estão começando a perceber que caíram em uma armadilha. Eles achavam que podiam influenciar Chávez. Mas ele é o dono da bola, é rico e poderoso, e fala e faz o que quer", declarou Lampreia ao jornal.

O impasse com a Venezuela também é destaque no diário espanhol "El País", que afirma que "a diplomacia brasileira, uma potente maquinaria de especialistas, quer que Lula peça a Chávez que explique onde quer levar sua política de nacionalização da energia".

Segundo o jornal, este é um aspecto vital para a integração e a estabilidade do continente.

Fiasco

Na Argentina, o "La Nación" comenta que o encontro fechado de presidentes sul-americanos, realizado na tarde de quinta-feira e anunciado como sendo o ponto alto da cúpula do Mercosul no Rio, foi um fiasco.

"Foi dito que a chamada Jornada da Reflexão seria o espaço para que os presidentes falassem o que quisessem. Houve até quem afirmasse que o encontro seria como o conclave do Vaticano", diz o diário.

De acordo com o "La Nación", a ausência do presidente uruguaio Tabaré Vázquez ajudou a esvaziar o encontro. Mas o principal motivo foi o fato de as atenções estarem voltadas para o trio formado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo líder venezuelano Hugo Chávez e pelo argentino Néstor Kirchner.

"Segundo uma fonte que está hospedada no quarto andar do Copacabana Palace, onde também dormem os presidentes, não era necessária toda esta cena, já que o que Lula, Chávez e Kirchner têm a dizer será dito entre eles, e não na frente de todos", relata o jornal.

Leia mais
  • Exército convoca 2.000 soldados para assegurar segurança da Cúpula no Rio
  • Para Morales, período de "democracias servis" na América Latina chegou ao fim
  • Texto final Cúpula do Mercosul cobra compromisso democrático
  • Sem expectativa de consenso, Brasil investe em acordos bilaterais na região
  • Entenda o que está em discussão na cúpula do Mercosul

    Especial
  • Leia especial sobre a cúpula do Mercosul
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página