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25/03/2007
-
09h46
Diplomatas e outros funcionários da embaixada brasileira na capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, passaram três dias sitiados no local em meio aos confrontos entre tropas do governo e rebeldes.
A situação começou a se acalmar no sábado, depois que as forças oficiais retomaram o controle da maior parte da capital.
Em entrevista à BBC Brasil, o embaixador Flávio Roberto Bonzanini disse que os funcionários congoleses já voltaram para suas casas. Mas 14 brasileiros --entre diplomatas, militares e membros de uma delegação cultural em visita ao país-- ficarão na embaixada até segunda-feira, "por uma questão de prudência".
"A embaixada fica a cem metros do escritório do líder rebelde Jean-Pierre Bemba. Durante os últimos dias nós estávamos no meio do fogo cruzado e um de nossos veículos chegou a ser atingido por tiros de Kalashnikov", disse Bonzanini. "Foi assustador."
Segundo o embaixador, os rebeldes fugiram agora para outras áreas da cidade e as tropas do governo realizam uma varredura no centro em busca de militantes, armas ou granadas que não explodiram.
O cenário no centro da capital é de destruição, "com incêndios, colunas de fumaça, uma verdadeira cena de guerra".
"Eu estou aqui na República Democrática do Congo há um ano e meio e essa foi sem dúvida a pior situação que já presenciei no país", disse Bonzanini.
Segundo o embaixador, 52 brasileiros moram na capital Kinshasa e outros 12 no resto do país. Nenhum brasileiro ficou ferido durante a última onda de violência.
Mortos
A onde de violência deixou pelo menos 150 pessoas mortas e mais de 80 feridas, de acordo com a Caritas (agência humanitária da Igreja Católica).
Um médico da entidade, Bruno Miteyo, disse que desde que a situação voltou a se acalmar, veículos militares e civis passaram a fazer filas para levar os corpos para os hospitais e os necrotérios da cidade.
A violência estourou na quinta-feira envolvendo milícias leais a Jean-Pierre Bemba, que perdeu as eleições presidenciais do ano passado e a quem o governo acusa de tentar derrubar o presidente Joseph Kabila.
O candidato derrotado, contra quem foi expedido um mandado de prisão, refugiou-se na embaixada da África do Sul. Ele nega estar planejando uma operação militar contra Kabila.
A eleição do ano passado --o primeiro pleito livre em 40 anos na ex-colônia belga-- transcorreu pacificamente, despertando esperança do fim de anos de conflito e caos administrativo.
Kabila obteve 58% dos votos e Bemba, 42%, nas eleições de outubro passado.
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Brasileiros permanecem sitiados em embaixada no Congo
da BBCDiplomatas e outros funcionários da embaixada brasileira na capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, passaram três dias sitiados no local em meio aos confrontos entre tropas do governo e rebeldes.
A situação começou a se acalmar no sábado, depois que as forças oficiais retomaram o controle da maior parte da capital.
John James/AP |
Fumaça cobre Kinshasa após confrontos que mataram 60 |
"A embaixada fica a cem metros do escritório do líder rebelde Jean-Pierre Bemba. Durante os últimos dias nós estávamos no meio do fogo cruzado e um de nossos veículos chegou a ser atingido por tiros de Kalashnikov", disse Bonzanini. "Foi assustador."
Segundo o embaixador, os rebeldes fugiram agora para outras áreas da cidade e as tropas do governo realizam uma varredura no centro em busca de militantes, armas ou granadas que não explodiram.
O cenário no centro da capital é de destruição, "com incêndios, colunas de fumaça, uma verdadeira cena de guerra".
"Eu estou aqui na República Democrática do Congo há um ano e meio e essa foi sem dúvida a pior situação que já presenciei no país", disse Bonzanini.
Segundo o embaixador, 52 brasileiros moram na capital Kinshasa e outros 12 no resto do país. Nenhum brasileiro ficou ferido durante a última onda de violência.
Mortos
A onde de violência deixou pelo menos 150 pessoas mortas e mais de 80 feridas, de acordo com a Caritas (agência humanitária da Igreja Católica).
Um médico da entidade, Bruno Miteyo, disse que desde que a situação voltou a se acalmar, veículos militares e civis passaram a fazer filas para levar os corpos para os hospitais e os necrotérios da cidade.
A violência estourou na quinta-feira envolvendo milícias leais a Jean-Pierre Bemba, que perdeu as eleições presidenciais do ano passado e a quem o governo acusa de tentar derrubar o presidente Joseph Kabila.
O candidato derrotado, contra quem foi expedido um mandado de prisão, refugiou-se na embaixada da África do Sul. Ele nega estar planejando uma operação militar contra Kabila.
A eleição do ano passado --o primeiro pleito livre em 40 anos na ex-colônia belga-- transcorreu pacificamente, despertando esperança do fim de anos de conflito e caos administrativo.
Kabila obteve 58% dos votos e Bemba, 42%, nas eleições de outubro passado.
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