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05/04/2007
-
10h24
da BBC, do Cairo
A libertação dos 15 integrantes da Marinha britânica é destaque nos principais jornais do Irã nesta quinta-feira, mas o viés das notícias depende da orientação política de cada diário.
Os jornais favoráveis ao presidente Mahmoud Ahmadinejad elogiam sua decisão de soltar os marinheiros e fuzileiros navais, enquanto os diários reformistas cobram uma explicação pela atitude.
Segundo o conservador "Irã", "a libertação dos soldados britânicos enviou uma mensagem à comunidade internacional": "Apesar de o Irã não ser a favor de qualquer tensão ou confronto com qualquer país do mundo, ele lida de forma firme e séria com qualquer agressão em qualquer nível contra seu território nacional".
Outro diário da mesma linha política, o "Jam-e Jam", diz que a libertação dos soldados "prova a autoridade e o poder do Irã em confrontar agressores em qualquer nível" e "também mostra que o Irã evita qualquer tipo de tensão em suas relações com a comunidade internacional".
O "Jam-e Jam" acrescenta que Ahmadinejad ofereceu a soltura como um presente ao povo britânico "para provar que nós iranianos somos um povo pacífico".
"O Irã poderia ter humilhado habilmente o Ocidente neste incidente", diz o jornal.
Vitória iraniana
Em uma entrevista à BBC, o ex-embaixador americano na Organização das Nações Unidas (ONU), John Bolton, disse que o presidente iraniano acabou vencendo o impasse e saiu fortalecido para continuar com seu programa nuclear.
"Ele venceu ao capturar marinheiros britânicos e ele venceu ao decidir unilateralmente pela soltura deles, ao descobrir a resposta para a pergunta que ele estava fazendo, que era --qual a força da resposta do Reino Unido a este ato de fazer reféns estes 15 integrantes da Marinha?", disse Bolton.
Por outro lado, jornais reformistas iranianos questionam os motivos da atitude de Ahmadinejad e perguntam o que o Irã ganhou com ela.
O "Ayande-ye-Nou" disse que "a mídia ocidental fez o melhor que pôde para retratar uma imagem de um Irã insensível (...), porém, o presidente do Irã de repente soltou estes marinheiros sem a imposição de qualquer condição".
"É essencial que Ahmadinejad diga ao povo o que o Irã conseguiu como resultado disto. O Irã repetidamente anunciou que os marinheiros seriam libertados se o Reino Unido pedisse desculpas. Londres não fez nada e Blair até estipulou um ultimato de 48 horas para a libertação dos soldados. É válido perguntar a Ahmadinejad o que a retração significa", diz o "Ayande-ye-Nou".
Outro diário reformista, o "Aftab-e Yazd", afirma nesta quinta-feira que esperava-se uma resposta firme do Irã.
"Nós deveríamos ter evitado tomar qualquer atitude que prejudicasse a dignidade e a honra dos iranianos. Porém, o presidente do Irã inacreditavelmente soltou todos os marinheiros britânicos sem qualquer condição", diz o jornal.
"A libertação dos marinheiros apenas um dia após a ameaça vazia de Tony Blair não gerou nenhum sentimento de orgulho nos iranianos. Ela criou até uma certa repulsa por parte da população."
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Jornais do Irã divergem sobre libertação de marinheiros
ANDREA WELLBAUMda BBC, do Cairo
A libertação dos 15 integrantes da Marinha britânica é destaque nos principais jornais do Irã nesta quinta-feira, mas o viés das notícias depende da orientação política de cada diário.
Os jornais favoráveis ao presidente Mahmoud Ahmadinejad elogiam sua decisão de soltar os marinheiros e fuzileiros navais, enquanto os diários reformistas cobram uma explicação pela atitude.
Segundo o conservador "Irã", "a libertação dos soldados britânicos enviou uma mensagem à comunidade internacional": "Apesar de o Irã não ser a favor de qualquer tensão ou confronto com qualquer país do mundo, ele lida de forma firme e séria com qualquer agressão em qualquer nível contra seu território nacional".
Outro diário da mesma linha política, o "Jam-e Jam", diz que a libertação dos soldados "prova a autoridade e o poder do Irã em confrontar agressores em qualquer nível" e "também mostra que o Irã evita qualquer tipo de tensão em suas relações com a comunidade internacional".
O "Jam-e Jam" acrescenta que Ahmadinejad ofereceu a soltura como um presente ao povo britânico "para provar que nós iranianos somos um povo pacífico".
"O Irã poderia ter humilhado habilmente o Ocidente neste incidente", diz o jornal.
Vitória iraniana
Em uma entrevista à BBC, o ex-embaixador americano na Organização das Nações Unidas (ONU), John Bolton, disse que o presidente iraniano acabou vencendo o impasse e saiu fortalecido para continuar com seu programa nuclear.
"Ele venceu ao capturar marinheiros britânicos e ele venceu ao decidir unilateralmente pela soltura deles, ao descobrir a resposta para a pergunta que ele estava fazendo, que era --qual a força da resposta do Reino Unido a este ato de fazer reféns estes 15 integrantes da Marinha?", disse Bolton.
Por outro lado, jornais reformistas iranianos questionam os motivos da atitude de Ahmadinejad e perguntam o que o Irã ganhou com ela.
O "Ayande-ye-Nou" disse que "a mídia ocidental fez o melhor que pôde para retratar uma imagem de um Irã insensível (...), porém, o presidente do Irã de repente soltou estes marinheiros sem a imposição de qualquer condição".
"É essencial que Ahmadinejad diga ao povo o que o Irã conseguiu como resultado disto. O Irã repetidamente anunciou que os marinheiros seriam libertados se o Reino Unido pedisse desculpas. Londres não fez nada e Blair até estipulou um ultimato de 48 horas para a libertação dos soldados. É válido perguntar a Ahmadinejad o que a retração significa", diz o "Ayande-ye-Nou".
Outro diário reformista, o "Aftab-e Yazd", afirma nesta quinta-feira que esperava-se uma resposta firme do Irã.
"Nós deveríamos ter evitado tomar qualquer atitude que prejudicasse a dignidade e a honra dos iranianos. Porém, o presidente do Irã inacreditavelmente soltou todos os marinheiros britânicos sem qualquer condição", diz o jornal.
"A libertação dos marinheiros apenas um dia após a ameaça vazia de Tony Blair não gerou nenhum sentimento de orgulho nos iranianos. Ela criou até uma certa repulsa por parte da população."
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