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03/04/2007
-
20h26
da Folha Online
Oficiais britânicos conversaram pela primeira vez nesta terça-feira com o principal negociador iraniano para buscar uma solução para o impasse gerado pela detenção de 15 militares britânicos pelo Irã há 12 dias, segundo informações do gabinete do premiê do Reino Unido, Tony Blair. A conversa renovou os pedidos de ambos os lados para negociações bilaterais e diretas que possam pôr um fim à disputa, que já levou ao corte de relações entre os dois países.
Após cortar relações com o Irã, o Reino Unido só permite discussões sobre a detenção dos marinheiros e fuzileiros navais britânicos detidos no país persa.
Em um comunicado divulgado hoje, o gabinete de Blair disse que "ambos os lados compartilham o desejo de uma resolução rápida para a questão através de conversas diretas".
Horas depois que a chanceler britânica Margaret Beckett advertiu contra a expectativa de uma resolução rápida para o impasse, o gabinete do premiê emitiu uma nota mais otimista, anunciando que "novos contatos" entre os dois países haviam sido feitos. Os diálogos incluem a discussão do problema com o negociador internacional chefe do Irã, Ali Larijani.
"O Reino Unido propôs negociações bilaterais diretas e espera agora a resposta iraniana para decidir sobre o início das discussões", diz o texto da nota.
Hora crítica
O Irã divulgou nesta terça-feira novas imagens dos 15 militares britânicos detidos por Teerã desde o dia 23 de fevereiro. Anteriormente, o país havia prometido não divulgar mais imagens do grupo.
As fotografias, aparentemente reproduções de um vídeo, mostram seis militares reunidos em uma sala ao redor de um tapete, aparentemente fazendo uma refeição. As imagens incluem Faye Turney, 26, a única mulher do grupo detido por forças iranianas no golfo Pérsico.
Na segunda-feira, a mídia estatal iraniana informou que não divulgaria mais gravações ou fotos dos militares devido à "mudança positiva" na postura do Reino Unido na controvérsia.
Mais cedo nesta terça-feira, Blair afirmou que o impasse em torno da detenção de 15 militares deve passar por um momento "crítico" e "decisivo". "As próximas 48 horas serão bastante críticas", disse Blair à uma rádio britânica.
Segundo o premiê, a aparente disposição do Irã em negociar traz "esperança" para o fim da crise. "Se eles [o Irã] quiserem resolver isso de forma diplomática, as portas estão abertas".
No entanto, caso as negociações para a rápida libertação dos britânicos enfrentem dificuldades, o Reino Unido não descarta "tomar uma posição mais dura", disse Blair.
Acusação
O Irã acusa o grupo de marinheiros e marines britânicos de invadir suas águas. O Reino Unido nega, dizendo que os militares faziam uma inspeção de rotina em águas iraquianas na região do canal de Shatt al Arab.
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou que pretende negociar com o Irã, mas não deixou claro quando tais discussões teriam início.
"Conversas a respeito [da crise] já estão em andamento e irão continuar", disse uma porta-voz ministerial.
No entanto, enquanto o Reino Unido exige a libertação imediata de seus militares, o Irã exige que o governo britânico peça desculpas e dê "garantias" de que tais violações não se repetirão.
Em Teerã, o chefe do comitê parlamentar iraniano para a política externa e a segurança nacional, Allaeddin Broujerdi, disse que o Reino Unido deveria enviar um representante a Teerã para discutir a questão. "Esta é a única solução", disse Broujerdi à rádio estatal.
"Há a necessidade de firmar um acordo bilateral para evitar novos problemas futuros".
Captura
O impasse começou no último dia 23 de março, quando 15 militares britânicos foram detidos por Teerã por terem supostamente entrado ilegalmente nas águas iranianas, acusação que o Reino Unido nega.
Os dois países viveram um incidente similar em 2004, quando o regime de Teerã manteve detidos durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais do Irã no golfo Pérsico. Na época, o Reino Unido também negou a invasão.
A tensão teve início na mesma semana em que o Conselho de Segurança da ONU aprovou novas sanções contra Teerã por sua insistência em manter seu programa nuclear.
Ontem, a TV estatal de Teerã informou que os militares britânicos admitiram ter invadido águas territoriais do Irã. Segundo a Isna, agência de notícias oficial iraniana, o país não exibiria as imagens das confissões devido à "mudança de postura" do Reino Unido.
A Isna não detalhou a que tipo de mudança Teerã se refere. O Reino Unido rejeitou as declarações sobre confissões, dizendo que elas são "inaceitáveis", e reiterando que os militares faziam uma inspeção em águas iraquianas quando foram detidos.
Com agências internacionais
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Oficiais britânicos conversaram pela primeira vez nesta terça-feira com o principal negociador iraniano para buscar uma solução para o impasse gerado pela detenção de 15 militares britânicos pelo Irã há 12 dias, segundo informações do gabinete do premiê do Reino Unido, Tony Blair. A conversa renovou os pedidos de ambos os lados para negociações bilaterais e diretas que possam pôr um fim à disputa, que já levou ao corte de relações entre os dois países.
Após cortar relações com o Irã, o Reino Unido só permite discussões sobre a detenção dos marinheiros e fuzileiros navais britânicos detidos no país persa.
2.abr.2007/Reuters |
Imagem de vídeo mostra britânico detido pelo Irã em localização desconhecida |
Horas depois que a chanceler britânica Margaret Beckett advertiu contra a expectativa de uma resolução rápida para o impasse, o gabinete do premiê emitiu uma nota mais otimista, anunciando que "novos contatos" entre os dois países haviam sido feitos. Os diálogos incluem a discussão do problema com o negociador internacional chefe do Irã, Ali Larijani.
"O Reino Unido propôs negociações bilaterais diretas e espera agora a resposta iraniana para decidir sobre o início das discussões", diz o texto da nota.
Hora crítica
O Irã divulgou nesta terça-feira novas imagens dos 15 militares britânicos detidos por Teerã desde o dia 23 de fevereiro. Anteriormente, o país havia prometido não divulgar mais imagens do grupo.
As fotografias, aparentemente reproduções de um vídeo, mostram seis militares reunidos em uma sala ao redor de um tapete, aparentemente fazendo uma refeição. As imagens incluem Faye Turney, 26, a única mulher do grupo detido por forças iranianas no golfo Pérsico.
Herwig Prammer/Reuters |
Ali Larijani discutiu detenção com gabinete de Tony Blair |
Mais cedo nesta terça-feira, Blair afirmou que o impasse em torno da detenção de 15 militares deve passar por um momento "crítico" e "decisivo". "As próximas 48 horas serão bastante críticas", disse Blair à uma rádio britânica.
Segundo o premiê, a aparente disposição do Irã em negociar traz "esperança" para o fim da crise. "Se eles [o Irã] quiserem resolver isso de forma diplomática, as portas estão abertas".
No entanto, caso as negociações para a rápida libertação dos britânicos enfrentem dificuldades, o Reino Unido não descarta "tomar uma posição mais dura", disse Blair.
Acusação
O Irã acusa o grupo de marinheiros e marines britânicos de invadir suas águas. O Reino Unido nega, dizendo que os militares faziam uma inspeção de rotina em águas iraquianas na região do canal de Shatt al Arab.
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou que pretende negociar com o Irã, mas não deixou claro quando tais discussões teriam início.
Stephen Hird/Reuters |
Tony Blair insiste em manter conversas bilaterais para resolver impasse com Irã |
No entanto, enquanto o Reino Unido exige a libertação imediata de seus militares, o Irã exige que o governo britânico peça desculpas e dê "garantias" de que tais violações não se repetirão.
Em Teerã, o chefe do comitê parlamentar iraniano para a política externa e a segurança nacional, Allaeddin Broujerdi, disse que o Reino Unido deveria enviar um representante a Teerã para discutir a questão. "Esta é a única solução", disse Broujerdi à rádio estatal.
"Há a necessidade de firmar um acordo bilateral para evitar novos problemas futuros".
Captura
O impasse começou no último dia 23 de março, quando 15 militares britânicos foram detidos por Teerã por terem supostamente entrado ilegalmente nas águas iranianas, acusação que o Reino Unido nega.
Os dois países viveram um incidente similar em 2004, quando o regime de Teerã manteve detidos durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais do Irã no golfo Pérsico. Na época, o Reino Unido também negou a invasão.
A tensão teve início na mesma semana em que o Conselho de Segurança da ONU aprovou novas sanções contra Teerã por sua insistência em manter seu programa nuclear.
Ontem, a TV estatal de Teerã informou que os militares britânicos admitiram ter invadido águas territoriais do Irã. Segundo a Isna, agência de notícias oficial iraniana, o país não exibiria as imagens das confissões devido à "mudança de postura" do Reino Unido.
A Isna não detalhou a que tipo de mudança Teerã se refere. O Reino Unido rejeitou as declarações sobre confissões, dizendo que elas são "inaceitáveis", e reiterando que os militares faziam uma inspeção em águas iraquianas quando foram detidos.
Com agências internacionais
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