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Órgãos alagoanos dizem já ter enviado documentos de Renan ao conselho
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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
A Secretaria Estadual da Fazenda de Alagoas e a superintendência do Ministério da Agricultura no Estado afirmaram ontem que já enviaram para o Conselho de Ética do Senado os documentos sobre as atividades empresariais do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Estado.
Anteontem, a Polícia Federal havia informado que o envio dos documentos estava atrasado, o que poderia comprometer a qualidade ou o prazo de entrega da perícia do Instituto Nacional de Criminalística sobre os rendimentos do senador.
Renan Calheiros é investigado pelo Conselho de Ética do Senado por suspeita de ter contas pessoais pagas por um lobista.
O senador justificou seus rendimentos --que, segundo ele, seriam suficientes para pagar pensão de R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso, com que tem uma filha-- com a venda de gado para corte. Renan Calheiros declarou ter ganho R$ 1,9 milhão nos últimos quatro anos com a atividade.
O superintendente do Ministério da Agricultura em Alagoas, José Evio Lopes Lima, disse que os documentos foram enviados na quarta-feira e seu recebimento foi confirmado pela secretaria do Conselho de Ética anteontem.
"Não foi problema nosso [se o conselho não encaminhou os documentos à PF]. Mandamos dentro do tempo estipulado", disse Lima.
A Secretaria Estadual da Fazenda de Alagoas informou em nota que recebeu um ofício com as solicitações do Conselho de Ética no dia 18 de julho e que as respondeu dois dias depois. A Secretaria da Fazenda é comandada pela advogada Fernanda Vilela, irmã do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), aliado político de Renan. A secretaria não informou quais informações foram solicitadas nem quais foram as respostas dadas, alegando sigilo fiscal.
A superintendência do Ministério da Agricultura enviou ao Conselho de Ética um levantamento do número de animais das fazendas do senador abatidos, entre 2005 e junho de 2007, nos dois únicos frigoríficos do Estado (Mafrial e Mafrips) sob inspeção federal.
Segundo Lima, o levantamento foi feito com base nas GTAs (guias de trânsito animal) que acompanham os animais que vão para abate e que ficam arquivadas na inspeção federal. O superintendente disse que o conselho solicitou também as notas fiscais da venda dos animais, mas afirmou que o órgão não tem cópia destes documentos. Segundo Lima, as informações são sigilosas e só poderiam ser divulgadas pelo Conselho de Ética.
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