PF diminuirá a exposição de investigados, diz Tarso

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quinta-feira que o novo diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, trabalhará para diminuir a exposição pública de investigados pela corporação. Corrêa assumirá o cargo no lugar de Paulo Lacerda, que foi transferido para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Tarso afirmou ainda que espera diminuir o vazamento de informações sobre as investigações da PF para a imprensa.

"Nossos servidores não podem ser tratados como informantes privilegiados", declarou. "Há algum tempo temos evitado a apresentação pública das pessoas presas, não para esconder os fatos, mas para evitar que ocorram injustiças".

O ministro disse que Lacerda saiu da PF "porque quis" e negou que tenha havido desentendimentos entre ele e o delegado. "Lacerda é uma pessoa de confiança do Estado e vinha desenvolvendo um trabalho de qualidade. Não é correto que tivemos pontos de atrito", declarou.

De acordo com Tarso, o nome de Lacerda para a Abin foi sugerido pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma conversa há cerca de 45 dias. Lula quer aproximar a Abin da PF e reestruturar a agência. "A Abin é uma agência de extrema importância e será revigorada", disse.

Autonomia

Tarso negou que o novo diretor da PF tenha ligações com o PT e frisou que a blindagem política em torno da PF continuará. Ele disse ainda que o órgão atuará para evitar que "escutas [de conversas telefônicas] que não tem nada a ver com o fato e envolve a privacidade do investigado caia em mãos erradas". O governo deverá também abrir concurso público para cargos administrativos da corporação.

A posse de Corrêa será na segunda-feira. O ministro confirmou que convidou para a Secretaria Nacional de Segurança Pública, atualmente ocupada por Corrêa, o ex-deputado Antônio Carlos Biscaia, hoje secretário Nacional de Justiça.

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