Governo da Itália não intercede em favor de ex-banqueiro preso

O governo da Itália lavou as mãos em relação à extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que é italiano naturalizado brasileiro e está foragido do Brasil. Se depender de Roma, ele será devolvido para cumprir pena, informa nesta terça-feira reportagem de Eliane Cantanhêde, colunista da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal ou do UOL).

Segundo a reportagem, o embaixador do Brasil em Roma, Adhemar Bahadian, afirmou que a questão é entre o Brasil e o Principado de Mônaco, onde Cacciola foi localizado e preso pela Interpol.

A Justiça de Mônaco deve realizar hoje a primeira audiência que vai analisar um novo pedido de liberdade para o ex-banqueiro. A audiência --prevista anteriormente para ontem-- foi remarcada para hoje. Foragido desde 2000, Cacciola foi preso no último sábado.

Enquanto os advogados de Cacciola tentam relaxar a prisão do ex-banqueiro, o governo brasileiro quer fechar um acordo de reciprocidade com Mônaco para tentar a extradição.

Carlos Ely Eluf, advogado de Cacciola, disse que a lei local de Mônaco não permite a extradição do ex-banqueiro para o Brasil pela condenação nos crimes de peculato e gestão fraudulenta do banco Marka.

"Estamos otimistas, pois não há na lei amparo para o pedido de extradição", disse. "O juiz vai abrir o processo e dar prazo para o governo pedir a extradição. Aí a defesa vai se manifestar e o juiz vai julgar à luz da lei, que não prevê a extradição [para os crimes em que ele foi condenado]", disse Eluf.

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