Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/09/2007 - 08h09

Pagrisa nega maus-tratos e diz que uso de redes é da "cultura" do Pará

Publicidade

da Agência Folha

O diretor-presidente da Pagrisa, Marcos Zancaner, negou todos os maus-tratos apontados pelos três trabalhadores ouvidos pela Folha. "Nunca ouvi falar de bicho em comida", disse.

"Quando os fiscais foram lá, comeram essa comida. Se tivesse bicho, você acha que eles comeriam?", questionou.

Em relação ao local onde os cortadores de cana ficavam, disse que é "da cultura" do Pará a colocação de redes em vez de camas. A suposta superlotação, afirmou, nunca aconteceu.

"O que houve é que, um tempo atrás, a gente teve um problema com um gerador de energia e tivemos que colocar o pessoal de um alojamento em outro. Mas quando os fiscais chegaram havia até dois alojamentos vazios. Sobrava lugar."

Ele disse que havia ao menos 15 zeladores, supervisionados por assistentes sociais, que cuidavam dos galpões.

Afirmou ainda que boa parte das má condições desses locais se deve a depredações e ao fato de que, quando os fiscais chegaram, os funcionários da limpeza pararam de trabalhar.

Zancaner, sobrinho-neto do senador paulista Orlando Zancaner (1923-1995), afirmou estar vivendo uma injustiça. "É injusto demais da conta. Eu jogo bola com os funcionários, meus filhos estudam no mesmo colégio que os filhos deles estudam. Somos gente simples."

A Pagrisa também fez um "contra-relatório" para responder à autuação do Ministério do Trabalho.

Nele, a empresa diz que houve "sussurros" de que "a Pagrisa fecharia e os empregados que ficassem perderiam o emprego de qualquer jeito e sairiam sem nada receber".

Segundo o relatório, apenas um dos 44 alojamentos da empresa estava com problemas. "As pequenas irregularidades são absolutamente insuficientes para caracterizar o trabalho em condições degradantes ou análogas a de escravo."

O documento nega a má qualidade da água e diz que a fiscalização "não realizou qualquer análise química ou verificação laboratorial".

A empresa diz ainda que o fiscal "aliciou" os trabalhadores, "prometendo o pagamento de todos os salários do contrato de safra, um salário de aviso prévio, mais três salários de seguro-desemprego, e mais, tudo isso para ficar em casa".

"Ficou evidente a real intenção pela decisão do desligamento em massa, motivada mais pela propaganda contra o trabalho escravo do que pela realidade das relações trabalhistas ali encontradas."

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página