Lula teme que crise no Senado ponha em risco a CPMF

O governo Luiz Inácio Lula da Silva teme que o agravamento da crise envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ponha em risco a aprovação, ainda neste ano, da prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011, informa nesta quarta-feira reportagem da Folha (íntegra só para assinantes da Folha ou do UOL).

Segundo a reportagem, caso isso ocorra, há uma avaliação jurídica de que ela não poderia ser cobrada nos primeiros três meses do próximo ano, podendo provocar uma perda de R$ 10 bilhões.

O calendário de votação da CPMF já estava apertado mesmo antes do surgimento das novas denúncias contra Renan, de que ele estaria montando um dossiê para chantagear os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).

O presidente do Senado é acusado de usar seu assessor especial, Francisco Escórcio --que é ex-senador-- para espionar Demóstenes e Perillo. Demóstenes ficou sabendo do plano de espionagem por Pedrinho Abrão, empresário e ex-deputado por Goiás.

Abrão se encontrou com Escórcio --que teria pedido a ajuda de Abrão para grampear os telefones dos senadores e fotografá-los embarcando de jatinhos de empresários da região. Abrão é dono de um hangar e de uma empresa de aviação em Goiânia.

Segundo reportagem da Folha, Renan também estaria reunindo elementos para chantagear o senador José Agripino Maia (DEM-RN) por meio de seu filho, o deputado Felipe Maia (DEM-RN).

Renan estaria vasculhando negócios do filho do senador ligados à empresa que presta serviços à BR Distribuidora, da Petrobras, no Rio Grande do Norte.

Apesar de o Planalto preferir a licença do presidente do Senado, Renan já afirmou, por diversas vezes, que não vai deixar o cargo.

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