PSOL ameaça recorrer à CCJ contra arquivamento de denúncia contra Azeredo

O PSOL ameaça recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado contra a decisão da Mesa Diretora da Casa de arquivar a representação contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Por unanimidade, os integrantes da Mesa entenderam que as denúncias de que Azeredo teria participado do chamado "mensalão tucano" não podem ser investigadas pelo Conselho de Ética do Senado porque se referem a fatos anteriores à posse do parlamentar.

O partido ainda não decidiu se vai recorrer à CCJ, porque teme ser derrotado na comissão, a exemplo do que já ocorreu na Mesa Diretora do Senado. "Na CCJ pode acontecer algo parecido com o que ocorreu na Mesa, por isso estamos analisando se politicamente é viável. Seria uma maneira de demonstrar o inconformismo com a cultura do engavetamento", disse o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ).

Em nota oficial, o PSOL criticou o arquivamento da representação ao defender que o esquema do mensalão tucano merece investigação. "O PSOL deplora o arquivamento de nossa representação contra o senador Eduardo Azeredo. Ninguém tem vida pública segmentada em mandatos estanques, eleição não é anistia e o esquema do valerioduto mineiro é, até pela sua dimensão, merecedor de investigação profunda", afirma o partido.

Na opinião do PSOL, a Mesa Diretora do Senado "combinou corporativismo e omissão" ao optar pelo arquivamento da representação por unanimidade. "Essa decisão da Mesa cristaliza a idéia de o que for fora do mandato não tem a ver com a vida pública do representado. A gente sabia que o argumento seria esse, preparamos a representação para rebatê-lo, mas não consideraram nada", criticou Alencar.

Renan

O PSOL também criticou a posição da Mesa de sobrestar (adiar) a sexta representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) por quebra de decoro parlamentar. A Mesa adiou a decisão sobre o envio da representação ao Conselho de Ética até que o órgão conclua as investigações de pelo menos dois dos quatro processos contra o peemedebista.

"O presidente e senador licenciado obteve também uma estranha licença ética, para ganhar energia e enfrentar os processos em curso", diz a nota do partido. Segundo Alencar, a Mesa Diretora "empurrou o caso com a barriga" para dar tempo a Renan, já que o senador se afastou por dez dias da Casa Legislativa em licença médica.

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