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Aécio diz que governo faz "terrorismo" e usa "esperteza com números"
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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), classificou de "terrorismo" a ameaça do governo federal de que os Estados poderão perder receita caso a CPMF não seja aprovada. No caso de Minas, conforme o levantamento do governo, seria R$ 1,6 bilhão repassado ao Estado dessa contribuição.
Aécio considerou "inaceitável" o governo condicionar a prorrogação do imposto do cheque à manutenção da transferência integral dos recursos.
"Há um certo terrorismo, mas temos que considerar que é natural em negociações tensas como essa", disse ele em entrevista à rádio CBN.
Poucas horas depois, no Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, ele disse que o governo usa "excessiva esperteza" ao lidar com os números. "É preciso que haja um pouco de generosidade por parte do governo, e não uma excessiva esperteza nos números."
Para ele, o governo luta agora pela CPMF porque é "perdulário, gasta excessivamente e gasta mal" os recursos e agora tem dificuldade para cumprir sua meta de investimentos.
Na última quarta, após encontro com o presidente em Belo Horizonte, Aécio disso ter sentido "boa vontade" de Lula em continuar negociando com o PSDB a prorrogação da CPMF. Hoje o tom já era outro.
Ele disse que "o espaço se estreitou demais", que "não é mais tempo" de governadores apresentarem nova proposta para acordo e que não vê sinal de que o governo fará uma proposta.
Para o PSDB apoiar a prorrogação da CPMF, Aécio defende que o governo desonere a carga tributária, reparta mais os recursos da Cide (a contribuição sobre combustíveis) com Estados e municípios e amplie os recursos para a saúde já a partir do próximo ano.
"Talvez por aí possa se reabrir negociação. Mas eu não vejo hoje nenhum sinal muito claro do governo em relação a isso."
A proposta do governo de retirar recursos dos Estados e municípios com a desoneração do Imposto de Renda foi "um grande equívoco" e "uma medida pessimamente elaborada".
Segundo ele, isso vai na "direção oposta ao fortalecimento na federação dos Estados e municípios", tecla que ele tanto bate desde que foi eleito, em 2003, o que já virou também uma bandeira política.
"O governo, na verdade, faz a bondade com, novamente, o chapéu alheio. Ao apresentar essa proposta, o governo afastou da mesa de negociações aqueles que como eu, o governador [José] Serra [PSDB-SP] e uma parcela importante do PSDB estavam pelo menos dispostos a ouvir a proposta do governo e discutir internamente."
A partir de agora, avaliou, o governo terá que fazer sua opção. "Se ele achar que é melhor pagar esse preço, eu não sei exatamente qual... Se tem confiança na sua base, segurança de que tem os votos necessários para aprová-la, temos que respeitar. Porque dessa forma, se não houver ação nova do governo, consistente, a tendência do PSDB será votar todo ele contra."
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Herança do Brasil colonial, serviço público fica refem de sindicatos que defendem, obviamente, somente aumentos de salarios e regalias e estão nem ai para a sociedade privada, que os sustentam.
Mas se pensar, precisamos de uma reforma generalizada, ou seja, um "Nascer de novo" que o torna totalmente inviavel.
Complicado a situação do Brasil.
[]s
Eduardo.
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GUIMARÃES. O povo Brasileiro não aguenta mais.
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