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Inquérito é concluído sem indiciar autor do tiro que matou segurança em fazenda
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LUIZ CARLOS DA CRUZ
Colaboração para a Agência Folha, em Cascavel
O Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) concluiu o inquérito sobre o confronto entre sem-terra e seguranças que há um mês deixou dois mortos na fazenda experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste (PR), sem indiciar o autor do disparo que matou o segurança Fábio Ferreira, 25.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público indiciando nove vigilantes e o proprietário da empresa NF Segurança, Nerci Freitas, sob as acusações de homicídio, formação de quadrilha e tentativa de homicídio.
O autor do disparo que matou o sem-terra Valmir da Mota, 34, foi identificado pelo Cope. O advogado dos seguranças, Hélio Ideriha Junior, preferiu não revelar o nome do segurança apontado como autor do tiro.
Ideriha voltou a criticar a condução do inquérito pelo Cope. Desde o início das investigações ele afirma que o trabalho da polícia é parcial. Há cerca de 15 dias os corpos do segurança e do sem-terra foram exumados para novos exames periciais. Por prevenção, o advogado solicitou uma perícia paralela. Os laudos da exumação ainda não foram concluídos.
O advogado dos seguranças classificou o inquérito como "uma piada". Pelo lado dos sem-terra, apenas o líder da Via Campesina Celso Ribeiro foi indiciado por esbulho possessório (invasão a propriedade alheia). "Foi um indiciamento de fachada só para não dizer que nenhum sem-terra foi indiciado", afirmou o advogado.
O Ministério Público tem 15 dias para analisar o inquérito e decidir pela denúncia dos acusados, arquivamento ou solicitar novas investigações.
A Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná) não quis comentar o inquérito. A assessoria de imprensa informou que, mesmo com a conclusão do inquérito, as investigações prosseguem e somente após o término dos trabalhos é que haverá uma manifestação oficial.
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Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
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Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
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