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MST anuncia invasões em protesto contra Serra
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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) anunciou ontem que fará uma série de invasões de terra no interior de São Paulo em protesto contra a reintegração de posse cumprida pela PM anteontem em Limeira (151 km de SP) e numa ofensiva contra o governo José Serra (PSDB).
Na ação de anteontem, Polícia Militar usou gás pimenta, gás lacrimogêneo, armas com balas de borracha e bombas de efeito moral.
A liderança do movimento sem-terra alega que ao menos 20 pessoas ficaram feridas na reintegração de posse e que houve abuso de violência policial durante o cumprimento da ordem judicial.
"Isso [uso da força pela PM] gerou uma indignação muito grande na militância e no conjunto do MST. Eu não tenho nenhuma dúvida que muitas ações, inclusive em protesto pelo o que ocorreu, vão acontecer a partir de hoje [ontem]", disse um dos coordenadores nacionais do MST, Gilmar Mauro.
Ele foi atingido por um tiro de bala de borracha na orelha durante a ação policial em Limeira.
De acordo com Mauro, o governo Serra se recusa a negociar com integrantes do MST. "Nossa relação com o governo Serra é uma relação inexistente. Ele [Serra] nunca nos recebeu, nunca quis negociar."
Os integrantes do MST dizem que vão retornar à área desocupada a partir da próxima semana. "Claro que pretendemos voltar para a área. Este é o principal objetivo."
A Santa Casa de Limeira confirmou ontem ter atendido três pessoas feridas que estavam no assentamento desocupado, além de um bebê de três meses que foi internado e teve alta ontem após ter inalado gás lacrimogêneo.
O MST fez ontem um boletim de ocorrência coletivo e informou que irá processar o Estado e a Prefeitura de Limeira por danos materiais e morais.
O líder do MST disse que a PM empregou uma "violência fora do comum". "É uma tropa de bárbaros fardados e um comando sem condições psicológicas e intelectuais para comandar uma tropa", disse Mauro.
O pedido de reintegração de posse foi feito à Justiça estadual pela Prefeitura de Limeira. A decisão de reintegração saiu na semana passada pelo juiz Flávio Dassi Vianna, da Vara da Fazenda Pública de Limeira.
No entanto, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) informou que a área pertence à União e que há um projeto para fazer reforma agrária no local.
No dia da ação, o comando da PM informou que ninguém ficou ferido. Ontem, o coronel Davi Nelson Rosolem disse que foram quatro feridos. Segundo ele, o emprego de bombas e de balas de borracha foi necessário porque os integrantes do movimento se negaram a deixar o local e houve resistência.
A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de sua assessoria de imprensa, um procedimento interno na PM foi aberto para apurar possíveis abusos na ação. A assessoria do governador disse que não iria comentar as afirmações de Mauro.
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Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
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Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
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