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MST invade fazenda em represália ao uso de força policial em reintegração de posse
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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas
Ao menos 200 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na madrugada de hoje a fazenda Eldorado, em Valinhos (85 km de São Paulo).
Segundo a Polícia Militar, o ato foi pacífico.
De acordo com a direção do MST, a invasão é uma reação à reintegração de posse feita com o uso de força da PM na quinta-feira em uma área que estava invadida pelo movimento em Limeira (151 km de SP).
Segundo o MST, a fazenda invadida hoje em Valinhos deve ser destinada à construção de um condomínio de luxo, por isso a ação.
A Guarda Municipal de Valinhos e a PM informaram que a fazenda pertence à Granja Ceval está desativada. O local fica na estrada que liga Valinhos ao município de Itatiba, no bairro São Bento.
Segundo a PM de Valinhos, a área total da fazenda mede cerca de 2 km2. A reportagem não conseguiu localizar os donos da propriedade.
Ontem, um dos coordenadores nacionais do MST, Gilmar Mauro, anunciou o início de uma série de invasões no interior do Estado em protesto contra a ação da PM em Limeira e numa ofensiva ao governo José Serra (PSDB).
Na reintegração de posse em Limeira, a PM usou gás pimenta, gás lacrimogêneo, armas com balas de borracha e bombas de efeito moral.
A liderança do movimento sem-terra afirmou que ao menos 20 pessoas ficaram feridas em Limeira e que houve abuso de violência policial.
"O movimento continua. Isso [uso da força pela PM] gerou uma indignação muito grande na militância e no conjunto do MST. Eu não tenho nenhuma dúvida de que muitas ações, inclusive em protesto pelo o que ocorreu, vão acontecer a partir de hoje", disse Gilmar Mauro, que ficou ferido ao ser atingido por um tiro de bala de borracha na orelha durante a ação policial em Limeira.
O coronel Davi Nelson Rosolem disse que o emprego de bombas e de balas de borracha em Limeira foi necessário porque os integrantes do movimento se negaram a deixar o local e houve resistência.
A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que abriu um procedimento interno na PM foi aberto para apurar possíveis abusos na ação.
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Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
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Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
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