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01/12/2007 - 13h45

MST invade fazenda em represália ao uso de força policial em reintegração de posse

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MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas

Ao menos 200 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na madrugada de hoje a fazenda Eldorado, em Valinhos (85 km de São Paulo).
Segundo a Polícia Militar, o ato foi pacífico.

De acordo com a direção do MST, a invasão é uma reação à reintegração de posse feita com o uso de força da PM na quinta-feira em uma área que estava invadida pelo movimento em Limeira (151 km de SP).

Segundo o MST, a fazenda invadida hoje em Valinhos deve ser destinada à construção de um condomínio de luxo, por isso a ação.

A Guarda Municipal de Valinhos e a PM informaram que a fazenda pertence à Granja Ceval está desativada. O local fica na estrada que liga Valinhos ao município de Itatiba, no bairro São Bento.

Segundo a PM de Valinhos, a área total da fazenda mede cerca de 2 km2. A reportagem não conseguiu localizar os donos da propriedade.

Ontem, um dos coordenadores nacionais do MST, Gilmar Mauro, anunciou o início de uma série de invasões no interior do Estado em protesto contra a ação da PM em Limeira e numa ofensiva ao governo José Serra (PSDB).

Na reintegração de posse em Limeira, a PM usou gás pimenta, gás lacrimogêneo, armas com balas de borracha e bombas de efeito moral.

A liderança do movimento sem-terra afirmou que ao menos 20 pessoas ficaram feridas em Limeira e que houve abuso de violência policial.

"O movimento continua. Isso [uso da força pela PM] gerou uma indignação muito grande na militância e no conjunto do MST. Eu não tenho nenhuma dúvida de que muitas ações, inclusive em protesto pelo o que ocorreu, vão acontecer a partir de hoje", disse Gilmar Mauro, que ficou ferido ao ser atingido por um tiro de bala de borracha na orelha durante a ação policial em Limeira.

O coronel Davi Nelson Rosolem disse que o emprego de bombas e de balas de borracha em Limeira foi necessário porque os integrantes do movimento se negaram a deixar o local e houve resistência.

A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que abriu um procedimento interno na PM foi aberto para apurar possíveis abusos na ação.

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Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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