Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/12/2007 - 21h40

Índios bloqueiam entrada de usinas em construção em MT

Publicidade

RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Cuiabá

Índios da etnia Enawanê-Nawê bloqueiam há cinco dias a estrada de acesso às obras de três pequenas centrais hidrelétricas em construção no rio Juruena, em Sapezal (480 km de Cuiabá). Cerca de 350 funcionários estão impedidos de sair.

As obras integram um complexo de dez usinas que serão erguidas em seqüência nos próximos anos. Cinco delas, incluindo as três que são alvo do protesto, pertencem à Juruena Participações S.A. --que reúne a Linear Participação e Incorporações e MCA Energia e Barragens. As outras estão em fase de licenciamento ambiental e serão construídas pela Maggi Energia, do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).

Representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), do Ministério Público Federal e da Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) devem chegar hoje ao local para negociar a liberação dos funcionários.

Os índios querem a realização de mais estudos de impacto ambiental e defendem nova proposta de compensação às cinco etnias que serão atingidas. Em nota, afirmaram ser contrários à continuidade das obras. "As obras foram iniciadas sem o nosso conhecimento, por isso decidimos realizar essa ocupação."

O licenciamento do chamado complexo Juruena cabe à Sema. Segundo o superintendente de Infra-Estrutura da secretaria, Salatiel Araújo, todo o processo vem seguindo a legislação ambiental. "Os estudos atestam que o impacto será muito pequeno, para o ambiente e para os índios."

Contatados pela primeira vez na década de 1970, os enawenê-nawês se alimentam exclusivamente de peixes da bacia do rio Juruena. Eles temem que as obras afetem os cardumes.

Sobre esse temor, Araújo citou o resultado de um estudo de avaliação ambiental que estimou o impacto combinado das dez usinas previstas --a distância média entre elas será de dez quilômetros. "Trata-se de um trecho encachoeirado, no qual a água tem muito pouco alimento em suspensão. Não é um local de reprodução de peixes de grande porte."

A Folha entrou em contato com a direção da Juruena Participações, que apenas forneceu o telefone de Rômulo Vandoni, assessor para assuntos indígenas do governo Maggi. "Acho que a situação será resolvida amanhã [hoje]", disse ele.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página