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07/02/2008 - 12h52

Senado começa a divulgar em março gastos com verba indenizatória de R$ 15 mil

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GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Com quatro meses de atraso, o Senado decidiu formalizar a divulgação dos gastos de parlamentares com a chamada verba indenizatória --valor de R$ 15 mil mensais a que os senadores têm direito para combustíveis e despesas nos Estados. A partir de março, o site do Senado Federal na internet vai tornar públicas as informações sobre os gastos da verba indenizatória que, tradicionalmente, são mantidas em sigilo pela Casa Legislativa.

A decisão sobre a divulgação dos gastos foi tomada pela Mesa Diretora do Senado em novembro do ano passado, mas até agora não saiu do papel. A Folha Online apurou que as denúncias envolvendo os cartões corporativos do governo federal motivaram a Casa a agilizar a divulgação dos gastos com a verba indenizatória --apelidada por alguns parlamentares de "caixa preta" do Legislativo.

O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, disse que as equipes técnicas receberão treinamento a partir de segunda-feira para que os dados estejam disponíveis em três semanas. A divulgação dos gastos, no entanto, não será retroativa. Somente estarão disponíveis para consulta pública os dados a partir de fevereiro de 2008.

O Senado também não vai divulgar os comprovantes dos gastos, mas apenas as informações referentes aos recursos aplicados por cada parlamentar.

Na Câmara, os deputados já disponibilizam no site da Casa detalhes sobre os gastos com a verba indenizatória. Cada parlamentar informa como gasta os R$ 15 mil mensais que recebem na verba --sem a divulgação dos comprovantes dos gastos.

Nos meses em que os parlamentares não utilizam todos os recursos, eles são autorizados a acumularem o dinheiro para aplicação no mês seguinte.

Transparência

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), disse não acreditar que a divulgação dos gastos da verba indenizatória vai apontar irregularidades envolvendo senadores --a exemplo do que ocorreu com os cartões corporativos do governo federal. "Eu acredito que tudo o que possa ter desvio de comportamento arranha a imagem da Casa, mas aqui é diferente. No Congresso, os parlamentares pagam os gastos com a verba indenizatória, mas apresentam documentos para serem ressarcidos do que fizeram. Não é um gasto livre sem comprovação", afirmou.

Para os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Paulo Paim (PT-RS), é fundamental a divulgação e a transparência dos dados referentes aos gastos dos parlamentares, o mais rápido possível. Os dois parlamentares discutiram o assunto nesta manhã, durante reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado. "É uma exposição necessária. Cada real público, o senador tem que dizer no que foi aplicado. Se o Senado não adotar essa medida imediatamente, não terá moral para defender as outras investigações sobre o assunto", afirmou Cristovam em referência às investigações sobre os cartões corporativos do governo.

O senador disse que, por contra própria, decidiu divulgar os gastos com a verba indenizatória em seu site pessoal --modelo que o parlamentar defende que seja seguido pelos colegas. "Só não estão lá os comprovantes porque seria muito trabalhoso escanear cada um. Mas para quem quiser [consultar], eles estão à disposição no meu gabinete", encerrou.

Os cartões de crédito corporativos do governo federal, indicados para gastos como a compra de material, prestação de serviços e diárias de servidores em viagens, foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e em free shop.

No último dia 1º de fevereiro, o desgaste provocado pela denúncia de irregularidades no uso do cartão corporativo tirou Matilde Ribeiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Ela decidiu deixar o governo após ser acusada de usar irregularmente o cartão. Em 2007, as despesas de Matilde com o cartão somaram R$ 171 mil. Desse total, ela gastou R$ 110 mil com o aluguel de carros e mais de R$ 5.000 em restaurantes.

Comentários dos leitores
Marcos Ferreira (2) 02/02/2010 15h13
Marcos Ferreira (2) 02/02/2010 15h13
Quanta regalia:
Imunidade parlamentar (nunca serão presos,por isto fazem o que querem ,eles não tem medo de nada são pessoas inatingíveis)
Seguro medico vitalício-familiar (fila de hospital é para pobre,eles são políticos com regalias de semi-deuses)
Verba indenizatória (podem gastar a vontade o dinheiro público ,então eles ficam a vontade...é uma maravilha a vida destes porcolíticos.)
Até quando vamos ficar vendo tudo isto sem reagir,somos 190 000 000 de cegos.Já passou da hora de acordarmos e mudar esta situação.
sem opinião
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Marcos Ferreira (2) 02/02/2010 14h51
Marcos Ferreira (2) 02/02/2010 14h51
A verba indenizatória criada pelo Aécio Neves é sempre bom lembrar,é utilizada para regalia dos parlamentares,o nosso dinheiro sendo gasto a bel prazer dos parlamentares....
Até quando vamos ficar vendo tuda esta sacanagem acontecendo sem fazer nada para mudar,está na hora de acordar zé-povinho.
Enquanto isto tem contribuintes morrendo em filas de hospitais....
sem opinião
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Luís da Velosa (1595) 19/01/2010 10h12
Luís da Velosa (1595) 19/01/2010 10h12
Parece uma extravagância, mas é uma realidade que chega até à patuléia por conduto do próprio Senado, a casa do dito perdulário com o dinheiero público. Mas, é como ele mesmo diz. É uma fesa com a qual ele tem profundas raízes de identidade. Além do mais leva convidados que gostam de esbanjar o dinheiro do erário que parece, nos dias de hoje, de propriedade do primeiro que lhe põe a mão. Além de tudo, o senador Tuma pode estar pensando que está a queimar os seus últimos fogos de artifício. Mas, não é não. Quem detém o poder por tanto tempo - e a violência da pecúnia fácil -, como o nosso simpático e emotivo tribuno, faz esse tipo de ostentação desnecessária. Tem gente, e muita, que nessa magnífica festança somente gasta a visão, moram em casebres, sujeitos a desabamentos poe enxurradas e, muito possivelmente, nunca cruzarão os umbrais de um resort de luxo, nem como lacaios. C'est la vie. sem opinião
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