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29/02/2008 - 20h55

Moradores de Tailândia pedem empregos enquanto esperam por cestas básicas

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da Agência Brasil
da Folha Online

Cerca de 200 pessoas foram para a frente do Batalhão da Polícia Militar nesta sexta-feira, em Tailândia (PA), a espera de cestas básicas mandadas pela governadora Ana Júlia Carepa (PT) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, os policiais garantiam que a informação sobre distribuição de alimentos não tinha procedência.

Na espera, dramas pessoais e um apelo por mais empregos. A doméstica Rosimar de Nazaré, 26, contou estar desempregada não por querer. "Em cada porta que eu bato pedindo emprego dizem que está difícil. Enquanto não liberarem os empregos para os pais de família, têm que dar cesta", disse.

Ontem, Nazaré conseguiu uma das cestas distribuídas pelo prefeito Paulo Jasper (eleito pelo PSDB e atualmente sem partido), o Macarrão, na porta da casa dele, adquiridas com dinheiro público. Mas alegou não ter sido suficiente para alimentar as dez pessoas da casa. 'Hoje já não tem quase nada', contou.

O operador de motosserra Vital Ribeiro, 30, também no aguardo de alimento, disse acreditar que projetos de agricultura poderiam ser implantados para gerar emprego a quem tiver que deixar de viver da madeira.

Chegando a pé ou de bicicleta, o grupo cresce e um morador mais desinibido se apresenta como Negão da Tapioca. É Joselino Trindade, 44, que trabalha na venda do produto que lhe rendeu o apelido. "Estou levando mais tapioca de volta para casa do que vendendo", reclamou.

Trindade demonstrou estar ciente de haver ali um problema social grave. "A cesta básica pode resolver momentaneamente, mas queremos uma ação enérgica por parte dos nossos governantes. O povo está à deriva e a pior coisa é um filho pedir comida e você não poder dar."

Ele argumentou que "aqui está parecendo a Somália [país africano onde a fome já atingiu boa parte da população e provocou mortes]". E concluiu: "Queremos é trabalho. Quem trabalha não precisa pedir, vai no supermercado e compra o que quiser. O povo de Tailândia precisa de condições dignas para as famílias".

Negão da Tapioca foi efusivamente aplaudido pelos conterrâneos, enquanto a cerca de dois quilômetros, o prefeito Macarrão não cumpriu expediente e nenhum secretário municipal aceitou falar sobre a situação econômica de Tailândia. Todos alegaram trabalho com o fechamento da folha de pagamento. A chefia de gabinete sugeriu à reportagem dar uma volta para conhecer a realidade do município.

Fiscalização

A procura de cestas básicas por moradores de Tailândia --que vive da atividade de madeireiras e carvoarias-- é resultado da crise econômica que o município passa devido à fiscalização de irregularidades na extração e venda de madeira ilegal. Tailândia está tomada por forças federais que investigam o desmatamento.

O governo do Pará já retirou 4.192 mil metros cúbicos de madeira ilegal apreendida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) até ontem à tarde. Parte da madeira está sendo transportada de caminhão e estocada em uma área do governo estadual localizada em Marituba, na região metropolitana de Belém.

A ação faz parte da operação Operação Guardiões da Amazônia, um desdobramento da Operação Arco de Fogo, que envolve agentes da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança, Polícia Militar e Ibama, além da Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) --responsável pela retirada e transporte da madeira ilegal apreendida.

Comentários dos leitores
ernani sefton campos (136) 11/11/2009 09h41
ernani sefton campos (136) 11/11/2009 09h41
A discussão continua, como a "dos sexos dos anjos".
Assim, não se vai a lugar,algum.
Enquanto o Governo,tratar o assunto, de forma "política, para o Inglês, ver",não passaremos do desmatamento desordenado, e exploração dos recursos,concentração de rendas, etc...,ficará por aí.
A Amazônia e seu processo de desmatamento,requer, a meu ver, a constituição de uma COMISSÃO de notáveis, nas areas de infraestrutura,energia,agricultura,recursos naturais,engenharia de obras,e desenvolvimento sustentável,urbanismo e implantação de cidades e PESSOAS.
Estes, selecionados , reunidos e remunerados, para tal, elaborariam um PROJETO COMPLETO, incluindo o Gerenciamento do mesmo - um plano Marshall Tupiniquim - para Desenvolvimento, da região de abrangência, integrado, a fim de ocupação racional, autosustentável e harmonico.
" FOCO e Desenvolvimento TOTAL "
Teriamos aí, sim o maior PAC , do MUNDO , por 20 anos, futuros.
Até que poderia ocorrer,por osmose, o envolvimento
dos países vizinhos, que margeiam o rio Amazonas.
Dinheiro, pelo visto, não FALTA.Basta organizar e mandar " BALA ".
Aposto neste MEGA PROJETO, como Vitorioso.
sem opinião
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Rodrigo Vieira de Morais (175) 23/10/2009 15h33
Rodrigo Vieira de Morais (175) 23/10/2009 15h33
Gente, teremos que resolver os problemas ambientais, agora ou depois.
Existem diversas areas desmatadas que agora estão com pastagem degradada.
Grande parte dos ruralistas querem mesmo é vender madeira e lucrar muito. Depois vendem a terra aos pequenos produtores rurais (isto aconteceu e acontece em todo o Brasil).
Outra coisa, se o solo da amazonia não mudou, quando desmatarem aquilo-lá, vai tudo virar deserto.
O solo dos EUA e EUROPA é diferente daqui, possui quantidade de argila diferente e capacidade de armazenamento de água diferente, não dá para comparar.
Decisão técnica e não política.
Muitas ONGs são honestas mais que os políticos de plantão.
sem opinião
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Os Estados Unidos criam centenas de ONGs no Brasil que são financiadas em partes por eles, para proteger o meio ambiente. Será?..... Será mesmo que se preocupam tanto com o meio ambiente, ou a concorrência do Brasil no agronegócio esta incomodando. 12 opiniões
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