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Tarso diz que pessoas são condenadas por antecipação no Brasil
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CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O ministro Tarso Genro (Justiça) disse nesta sexta-feira que pessoas são punidas injustamente e por antecipação no país, em função da exposição pública.
Ele destacou que vem trabalhando junto à PF (Polícia Federal) para coibir a divulgação de imagens de pessoas sob investigação. Em relação ao caso da menina Isabella Oliveira Nardoni, 5, encontrada morta na noite do último sábado, Tarso avaliou que não está havendo pré-julgamento, por parte da imprensa, do pai e da madrasta da garota, que são investigados pela polícia.
"Até agora não [sobre possíveis excessos no caso]. Acho que a imprensa tem tido um cuidado muito grande com aquele caso, que, na minha opinião, deve ser exemplar. Deveria e deve ter cuidado com todos os casos. Não vi até agora nenhum órgão antecipar uma decisão", afirmou o ministro, que evitou comentar a atuação do delegado responsável pelo caso.
"Não vou avaliar porque é uma autoridade estadual, não está sob minha jurisdição", explicou.
Tarso comentou que, ao afirmar que pessoas estão sendo punidas por antecipação pela exposição pública, se refere a "tudo o que ocorreu no Brasil nos últimos anos". Ele, no entanto, não detalhou a questão. Por isso, vem trabalhando junto à PF para que o "aparato policial não seja o justiceiro".
"Tenho tomado medidas na PF para que as pessoas apareçam como prisioneiras, em situação de humilhação, o menos possível, para que o aparato judicial não seja o justiceiro. As pessoas são expostas, depois são absolvidas, não cometeram nenhum crime, mas já estão pagando por aquilo na sociedade", observou.
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