Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/04/2008 - 21h09

Aracruz volta a ser alvo de invasão dos sem-terra na Bahia

Publicidade

MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha

Cerca de 700 famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram uma fazenda da Aracruz Celulose em Teixeira de Freitas (836 km de Salvador), extremo sul da Bahia. A área, segundo as lideranças invasoras, tem aproximadamente 2.000 hectares e é improdutiva.

Iniciada no sábado, esta foi foi a 15ª invasão promovida pelo MST no Estado desde o início do ano, de acordo com o líder sem-terra Evanildo Oronildo Costa, coordenador das ações na fazenda da Aracruz.

Foi a maior invasão promovida no Estado desde o início do chamado "Abril Vermelho" --período em que os sem-terra intensificam os protestos para lembrar a morte de 19 pessoas em confronto com a Polícia Militar do Pará, em 1996, em Eldorado do Carajás. Outras ações menores, porém, já haviam sido realizadas, como uma invasão a uma área em Prado (870 km de Salvador), na sexta-feira, que contou com 150 famílias.

A Aracruz informou hoje que uma equipe foi até o local para acompanhar a situação e que um pronunciamento deverá ser feito somente hoje.

Não é a primeira vez que a empresa é alvo de invasão. Em março de 2006, 2.000 militantes da Via Campesina e do MST invadiram o horto florestal da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro (RS), e destruíram um milhão de mudas de eucalipto.

Costa, do MST, disse que os manifestantes não têm intenção de sair da fazenda e disse esperar a criação de um assentamento na área. Segundo Costa, nenhum assentamento é criado no Estado desde 2007.

O secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, Geraldo Simões, disse hoje reconhecer dificuldades para assentar famílias no sul do Estado em razão da valorização do hectare no local, mas afirmou que a questão agrária é uma "prioridade" do governo.

"Temos um acordo entre o governo do Estado e os movimentos sem-terra para investir R$ 100 milhões em recursos do governo federal e da Bahia na construção de casas, estradas, dar assistência técnica, sementes e contratação de pessoal. O Incra esteve em greve no ano passado, mas estamos trabalhando para implementar melhorias nas áreas já criadas."

Ele afirmou que o governo estadual dobrou o número de profissionais para vistoriar as áreas improdutivas e dar suporte ao Incra para que novos assentamentos sejam criados.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página