25/04/2008 - 13h23

PV quer explicações de Maggi sobre defesa do desmatamento por alimentos

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR-MT), deverá ser convidado a prestar esclarecimentos à Comissão de Meio ambiente da Câmara por causa de declarações dele em defesa do desmatamento --desde que não seja ilegal. O líder do PV na Casa, deputado José Sarney Filho (MA), já preparou requerimento e vai apresentá-lo na próxima segunda-feira para que Maggi se explique aos deputados já nos próximos dias.

Em entrevista publicada na Folha desta sexta (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal) desta sexta-feira, Maggi defendeu o direito ao desmatamento --desde que não o ilegal-- como um mecanismo "inevitável" para enfrentar a crise global de alimentos.

"Com o agravamento da crise de alimentos, chegará a hora em que será inevitável discutir se vamos preservar o ambiente do jeito que está ou se vamos produzir mais comida. E não há como produzir mais comida sem fazer a ocupação de novas áreas e a retirada de árvores', disse Maggi.

Sarney Filho condenou os comentários de Maggi e disse que atitudes como a do governador põe em risco a soberania da Amazônia. "O governador Blairo Maggi é reincidente. Não é a primeira vez que ele defende o desmatamento. Os argumentos dele são uma falácia e uma ameaça à Amazônia, por exemplo", reagiu o deputado.

De acordo com o líder, o único risco que o Brasil tem de perder a soberania sobre a Amazônia é descuidando da região. Para ele, comentários como o de Maggi colaboram para a imagem externa negativa do Brasil. "O governo tem de estar em alerta e não aceitar esse tipo de pressão feita pelo governador do Mato Grosso", afirmou Sarney Filho.

Desmatamento

De acordo com a reportagem da Folha de hoje, Maggi controla um quarto das 36 cidades apontadas pelo ministério como as campeãs do desmatamento. Informações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que a devastação está em ritmo acelerado, numa média de mais de 1.000 quilômetros quadrados por mês.

Entre 2000 e 2005, o Brasil desmatou um total de 31 mil km¦ de sua área florestal, o que colocou o país no topo dos desmatadores do mundo, segundo relatório do Bird (Banco Mundial).

Sarney Filho quer que Maggi compareça à Câmara para prestar esclarecimentos sobre o que pensa a respeito da preservação ambiental e de desmatamento. Em protesto aos comentários do governador, o PV (Partido Verde) divulgou nota criticando os argumentos e Maggi.

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Comentários dos leitores

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Marcelo Moreto (230) 22/01/2010 16h37

Apenas deixar de consumir algo não recupera o mundo! Ajuda-se a mante-lo modificando e aprimorando hábitos que o degradam!

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Anderson Lúcio Thomaz (1) 21/01/2010 18h22

Temos a idéia geral de que o meio ambiente é uma fonte de recursos inesgotável, em função disso percebemos que há uma idéia de desenvolvimento sustentável, porém sustentabilidade é paradoxo a desenvolvimento, pois tudo aquilo que é retirado da natureza sem que a deixe completar seu ciclo natural é uma agressão, percebo pelos comentários que o ser humano não está preparado para viver em harmonia com o ambiente onde está inserito, não consegue perceber que fazemos parte dele, e não que o mundo deve nos servir, com isso creio que se não houver no início da vida de cada ser humana uma educação voltada ao respeito em princípio ao próximo e conseqüente de tudo que está ao nosso redor só seremos nós mesmos que iremos pagar, POR QUE O MUNDO NÃO ACABA, MAS OS RECURSOS PRINCIPAIS PARA NOSSA EXISTÊNCIA, NÃO ESTARÃO MAIS DISPONÍVEIS. Tendo você dinheiro ou não.

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Dalmo Marques (1) 20/01/2010 14h29

Até que enfim apareceu alguém lúcido nestes comentários. A Rosana Souza, acertou nos seus comentários.
Não adianta eles terem esta vida de privações para salvar o mundo, porque são, apenas um grão de areia diante de todos os desertos da Terra.
Eles devem gastar gás de cozinha e não pensaram que isso trás mais devastação do que uma geladeira , que também polui menos que um computador depois de descartada, os materiais do PC, são potencialmente mais poluentes.
O correto é; eles deveriam ter fogão à lenha e usar velas a base de resinas naturais ao invés de energia elétrica.
E a farinha do pão que ela faz, não é industrializada? Ou ela planta o trigo, colhe e depois mói manualmente. É um povo engraçado.
E a ONG, Worldwach Institute, que dá apoio as estas iniciativas, fica em Washington, numa sede com todo o conforto, com ar condicionado, calefação no inverno, vários computadores gastando energia para emitir relatórios e fazer pesquisa sobre boas iniciativas para salvar o planeta e ainda a maioria dos seus funcionários se locomove em seus carros particulares, e tem casas com geladeiras, e todos os tipos de eletrodomésticos existentes.
O pior é que este repórter, faz uma matéria desta, sem saber para que lado os ventos sopram.

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