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Investigação sobre Alstom ganha papel em disputas políticas no Brasil, diz "WSJ"
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da Folha Online
A investigação sobre se a empresa francesa Alstom pagou propinas no Brasil está rapidamente se tornando a mais nova frente em uma amarga disputa entre os dois principais partidos políticos do Brasil, informa o diário financeiro americano "The Wall Street Journal".
A empresa é acusada de pagar US$ 6,8 milhões em propina para receber um contrato de US$ 45 milhões no Metrô de São Paulo.
Segundo o jornal, o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se mexeu para abrir duas investigações na semana passada sobre um esquema de pagamento de propinas, detalhados em documentos que estão sendo analisados por autoridades francesas e suíças. Os contratos da Alstom em questão foram concedidos a empresas de serviços públicos em São Paulo, a base do PSDB.
O "Wall Street Journal" informa que a corrupção política é disseminada e raramente punida no Brasil, e o caso Alstom está chamando atenção, em parte, por ser investigado por órgãos estrangeiros independentes.
O jornal diz ainda que, embora as audiências federais sobre a questão devam prosseguir, representantes do PSDB em São Paulo, que tem maioria no Legislativo estadual, rejeitaram o pedido para abrir uma investigação formal, ou seja, uma CPI.
Investigações
O Ministério Público Federal de São Paulo vai investigar a Alstom, suspeita de pagar propina para fechar contratos na América do Sul e Ásia, inclusive com o Metrô de São Paulo, pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O procurador Rodrigo de Grandis foi escolhido para conduzir as investigações. O Ministério Público Estadual já investiga contratos da Alstom com seis empresas ligadas ao governo de São Paulo.
Além do Metrô, são apurados os negócios da empresa francesa com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Cesp (Companhia Energética de São Paulo), Eletropaulo, Sabesp (a companhia estadual de água e saneamento) e CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista).
A Alstom também está sob investigação na França, onde fica sua sede, e na Suíça por suspeitas de ter pago propina para ganhar contratos no Brasil, na Venezuela e em Cingapura.
A Alstom é uma das maiores empresas do mundo nas áreas de energia e de transportes --foi ela que criou o trem rápido francês, o TGV. O caso segue sob segredo de Justiça.
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