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Governadora do RS enfrenta escândalos e crise fiscal
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GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha, em Porto Alegre
Primeira mulher a governar o Rio Grande do Sul, a tucana Yeda Crusius tem conduzido seu mandato por um campo repleto de embates fiscais e políticos e denúncias de desvios.
O episódio mais recente teve início em novembro do ano passado, quando a PF deflagrou a Operação Rodin, desmantelando um suposto esquema de fraude que teria desviado R$ 44 milhões do Detran. Aliados de Yeda foram presos, entre eles o então presidente do órgão, Flávio Vaz Netto, e o tucano Lair Ferst, apontado como figura-chave do suposto esquema.
Ferst já integrou a Executiva Estadual do PSDB. O escândalo se desdobrou em uma CPI na Assembléia Legislativa. Ao depor, o deputado federal Enio Bacci (PDT), ex-secretário da Segurança, afirmou que avisara a governadora sobre irregularidades no Detran --o que foi negado pelo Palácio do Piratini.
O caso do Detran também atingiu em cheio um dos auxiliares mais próximos de Yeda, o secretário de Planejamento e Gestão, Ariosto Culau, que pediu demissão após ser filmado em um encontro com Ferst.
Yeda venceu a eleição de 2006 prometendo sanear um Estado à beira da bancarrota. O déficit fiscal fechou 2007 em R$ 1,2 bilhão, e a projeção deste ano é de R$ 600 milhões.
A estratégia da governadora para reduzir a crise financeira se baseou em um pacote fiscal que previa aumento do ICMS. Fracassou duas vezes. A primeira foi em 2006, quando pediu ao antecessor, Germano Rigotto (PMDB), que enviasse o projeto de lei à Assembléia. Houve resistência. A segunda tentativa foi em novembro. O pacote foi rejeitado por 34 a 0.
O terceiro vértice do triângulo de problemas de Yeda é o vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM). A relação entre os dois, que sofreu durante a campanha, azedou de vez quando Yeda articulou o pacote fiscal com Rigotto. O vice foi à Assembléia criticar a proposta.
Na terça, Feijó denunciou um esquema de contratações sem licitação e desvio no Banrisul. O presidente da estatal, Flávio Lemos, negou as acusações e chamou o vice de "irresponsável". Procurada na sexta, Yeda não quis se pronunciar.
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