PF rastreia cheque de R$ 82 mil de consultoria a ONG ligada à Força

A Polícia Federal descobriu que um novo cheque de R$ 82 mil emitido por uma empresa de consultoria de projetos financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) --investigada pela Operação Santa Tereza-- foi depositado na conta de uma ONG ligada a entidades de metalúrgicos da Força Sindical de São Paulo.

A PF sabia de um depósito de R$ 82 mil para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Pesquisa Política, Social e Cultural do Trabalhador, conhecido como "Luta e Solidariedade". O rastreamento bancário confirmou novo depósito no mesmo valor. As parcelas coincidem com os valores anotados em papéis apreendidos pela PF na Progus na Operação Santa Tereza, desencadeada em maio e que levantou indícios da participação do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, em suposto esquema de fraudes no BNDES. O parlamentar enfrenta processo no Conselho de Ética.

Os valores depositados eram destinados a Paulinho, segundo a polícia. O canhoto do cheque agora rastreado tem a anotação "PA", que os próprios investigados confirmaram ser o deputado.

Outras parcelas foram destinadas, segundo a PF, ao advogado Ricardo Tosto. Ele tem afirmado que pagamentos da Progus decorrem do fato de o dono da empresa, Marcos Vieira Mantovani, ser seu cliente.

A ONG foi presidida por Eleno José Bezerra, também presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, e vice da Força. Ele afirmou que desde 2004 não tem ligação com a ONG.

Leônidas Scholz, advogado de Paulinho, afirmou que os depósitos não têm ligação com o parlamentar.