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PT pede investigação de engenheiro que vendeu casa para Yeda Crusius
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GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha, em Porto Alegre
A oposição à governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), pediu nesta terça-feira uma investigação sobre um suposto favorecimento ilegal do Banrisul (Banco do Estado do RS) ao engenheiro Eduardo Laranja da Fonseca, que vendeu uma casa por R$ 750 mil à tucana em dezembro de 2006. A compra do imóvel está sendo analisada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Yeda enfrenta uma crise política relacionada com um escândalo de corrupção no Detran, que já derrubou cinco secretários. Hoje, ela chamou de "farsa" os questionamentos da oposição à compra da casa.
"Parece que está dando desespero naqueles membros da oposição, que estão usando uma farsa a nível de construção de golpe", disse a governadora.
A suspeita levantada pelo PT é que parte de uma dívida da empresa Self Engenharia e Empreendimentos Imobiliários Ltda., pertencente a Laranja, tenha sido lançada como prejuízo nos balanços contábeis do Banrisul, sem ter sido cobrada. O valor não foi informado. O banco nega irregularidades.
No requerimento entregue ao Ministério Público do TCE hoje à tarde, a deputada Stela Farias (PT) diz que a operação foi "prejudicial ao Banrisul e ao sistema financeiro" e que não foi "esgotada a fase da cobrança judicial ou extrajudicial".
Laranja vendeu, em dezembro de 2006, a casa onde vive atualmente a governadora, na Vila Jardim, bairro nobre de Porto Alegre. Na época, os R$ 750 mil pagos pelo imóvel superavam a declaração de bens feita de Yeda (R$ 674 mil).
A compra da casa está sendo analisada pelo TCE após denúncias apresentadas pelo PT e pelo PSOL de que a aquisição do imóvel estaria acima da capacidade de pagamento da governadora e de seu marido.
Além disso, a oposição vê indícios de que o imóvel possa ter custado mais do que o declarado na transação.
Avaliada em R$ 900 mil pela prefeitura, a casa foi negociada a R$ 1 milhão entre Laranja e um casal de compradores, que assinou uma promessa de compra em agosto de 2006. O negócio não foi fechado.
"A dívida da Self está sendo cobrada judicialmente, conforme as regras do sistema financeiro", informou o Banrisul, por meio de assessoria de imprensa, negando o suposto favorecimento ilegal.
Nem Eduardo Laranja nem seu advogado foram localizados pela Folha hoje. Na defesa encaminhada ao TCE, o advogado de Yeda afirma que a governadora vendeu dois apartamentos e um carro para pagar R$ 550 mil referentes à primeira parcela do imóvel e que os R$ 200 mil restantes só serão pagos depois que o vendedor deixar de ser réu em duas ações de execução.
A governadora empossou hoje o deputado estadual Márcio Biolchi (PMDB) na secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais. Ele substitui Fernando Záchia, que vai coordenar a campanha à reeleição do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).
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