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Yeda diz que crise política foi superada e anuncia déficit fiscal zero; vice chama de "irreal"
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GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha, em Porto Alegre
No mesmo dia em que a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), fez um balanço de seu governo afirmando que a crise política foi superada e comemorou o Estado ter zerado o déficit fiscal, o vice-governador Paulo Feijó (DEM) divulgou dura nota criticando os resultados da política econômica do governo.
Adversário da tucana, o democrata afirmou que o equilíbrio das contas do governo se deu a partir da cobrança de impostos com base no chamado "lucro presumido" de alguns setores da economia --o que para Feijó é "irreal".
Ele também declarou que o Orçamento de 2009 para o Estado não é realista porque não cumpre o mínimo exigido pela Constituição para investimentos em saúde e educação.
A reclamação contra inchaço da máquina pública gaúcha recebeu um tom ainda mais forte: "Precisamos agora fazer as reformas estruturais necessárias para que tenhamos não o Estado político que acolhe a todos os apadrinhados em seus cargos de confiança, com benesses e desperdícios, mas o Estado necessário, bem gerido, que serve a população".
Yeda e seu vice romperam antes mesmo da posse, porque Feijó se opôs a um pacote de aumento de impostos, mas o atrito entre os dois atingiu seu ponto mais alto em junho deste ano, quando a tucana vivia o pior momento da crise política detonada pelo escândalo de corrupção no Detran.
O vice entregou a deputados da oposição a gravação de conversa em que o então chefe da Casa Civil de Yeda, Cezar Busatto, admitia o uso de estatais gaúchas para o financiamento de campanhas eleitorais.
O grampo, feito pelo próprio vice-governador, foi apresentado na CPI que investigou o desvio de R$ 44 milhões no Detran-RS e provocou a queda de quatro secretários.
Hoje pela manhã, Yeda reuniu jornalistas no Palácio Piratini (sede do governo gaúcho) para apresentar o balanço de seu governo em 2008.
Ela destacou como a "marca" de seu governo o equilíbrio da arrecadação e despesas. No ano passado o Rio Grande do Sul fechou as contas com R$ 873 milhões no vermelho. Segundo o governo, o Estado deverá arrecadar os R$ 21 bilhões necessários para fechar seu balanço sem déficit fiscal.
Em entrevista coletiva, Yeda disse que a crise política foi solucionada após a criação de um colegiado formado por líderes de partidos aliados em julho.
"O Estado infelizmente passou a ser manchete de jornal por corrupção e de ineficiência e o Rio Grande do Sul não é assim. Foi uma crise de Estado, não uma crise de governo."
A governadora negou que as trocas promovidas no primeiro escalão após o escândalo do Detran tenham afetado o desempenho do governo.
No final da tarde, a assessoria da governadora minimizou o teor da nota de Feijó, afirmando que o vice "apenas expressou uma opinião".
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