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Ex-preso político diz que major Curió rompeu pacto de silêncio dos militares
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da Ansa, em Brasília
As revelações do major reformado Sebastião Curió Rodrigues de Moura sobre o assassinato de 41 membros da Guerrilha do Araguaia representa a quebra do pacto de silêncio mantido pelos militares, disse à Jarbas Silva Marques, militante que permaneceu preso por 10 anos durante a ditadura brasileira.
"Parece-me que Curió rompeu o pacto de silêncio mantido por seus colegas porque ele pode estar com medo de que lhe aconteça algo", afirmou Marques. O ex-preso político lembrou a morte do delegado Sergio Paranhos Fleury, vítima de um acidente a bordo de seu iate em maio de 1979.
Até hoje, há a suspeita de que o ex-agente do Dops (Departamento da Ordem Política e Social) de São Paulo, símbolo da repressão militar, tenha sofrido um atentado perpetrado por seus ex-colegas, que temiam que Fleury fizesse revelações sobre o regime que governou o Brasil entre 1964 e 1985.
Para Marques, os documentos divulgados agora por Curió podem desagradar a cúpula das Forças Armadas, que segundo ele pretendiam continuar negando a existência de arquivos militares.
O ex-militante considerou que ninguém, em sã consciência, pode ter acreditado que os militares se desfizeram dos arquivos. "Agora que sabemos que eles existem, porque Curió certamente não é o único a tê-los guardados, o governo deve demonstrar vontade política e exigir sua entrega", ponderou.
Em maio, o governo lançou o portal "Memórias Reveladas - Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985)", cujo objetivo é compilar documentos produzidos durante a ditadura.
Na visão de Marques, este é um momento histórico que não pode ser desperdiçado. "Agora devemos buscar os corpos desaparecidos e denunciar os responsáveis", opinou.
Ele também mencionou o processo aberto pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) para cobrar do governo brasileiro a investigação do desaparecimento de 70 ex-membros da Guerrilha do Araguaia.
"A CIDH foi clara com o Brasil. O governo não tem outra alternativa a não ser aceitar sua responsabilidade e dar o apoio necessário para que as investigações ocorram", argumentou.
As revelações feitas pelo major Curió, publicadas pela imprensa desde o último domingo, têm como base uma série de documentos que ele próprio guardou em uma maleta de couro durante 34 anos.
De acordo com o ex-oficial, 41 membros da Guerrilha do Araguaia mortos pelas Forças Armadas foram executados depois de presos.
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