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23/06/2009 - 19h29

Ex-preso político diz que major Curió rompeu pacto de silêncio dos militares

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da Ansa, em Brasília

As revelações do major reformado Sebastião Curió Rodrigues de Moura sobre o assassinato de 41 membros da Guerrilha do Araguaia representa a quebra do pacto de silêncio mantido pelos militares, disse à Jarbas Silva Marques, militante que permaneceu preso por 10 anos durante a ditadura brasileira.

"Parece-me que Curió rompeu o pacto de silêncio mantido por seus colegas porque ele pode estar com medo de que lhe aconteça algo", afirmou Marques. O ex-preso político lembrou a morte do delegado Sergio Paranhos Fleury, vítima de um acidente a bordo de seu iate em maio de 1979.

Até hoje, há a suspeita de que o ex-agente do Dops (Departamento da Ordem Política e Social) de São Paulo, símbolo da repressão militar, tenha sofrido um atentado perpetrado por seus ex-colegas, que temiam que Fleury fizesse revelações sobre o regime que governou o Brasil entre 1964 e 1985.

Para Marques, os documentos divulgados agora por Curió podem desagradar a cúpula das Forças Armadas, que segundo ele pretendiam continuar negando a existência de arquivos militares.

O ex-militante considerou que ninguém, em sã consciência, pode ter acreditado que os militares se desfizeram dos arquivos. "Agora que sabemos que eles existem, porque Curió certamente não é o único a tê-los guardados, o governo deve demonstrar vontade política e exigir sua entrega", ponderou.

Em maio, o governo lançou o portal "Memórias Reveladas - Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985)", cujo objetivo é compilar documentos produzidos durante a ditadura.

Na visão de Marques, este é um momento histórico que não pode ser desperdiçado. "Agora devemos buscar os corpos desaparecidos e denunciar os responsáveis", opinou.

Ele também mencionou o processo aberto pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) para cobrar do governo brasileiro a investigação do desaparecimento de 70 ex-membros da Guerrilha do Araguaia.

"A CIDH foi clara com o Brasil. O governo não tem outra alternativa a não ser aceitar sua responsabilidade e dar o apoio necessário para que as investigações ocorram", argumentou.

As revelações feitas pelo major Curió, publicadas pela imprensa desde o último domingo, têm como base uma série de documentos que ele próprio guardou em uma maleta de couro durante 34 anos.

De acordo com o ex-oficial, 41 membros da Guerrilha do Araguaia mortos pelas Forças Armadas foram executados depois de presos.

Comentários dos leitores
J. R. (1236) 27/01/2010 05h10
J. R. (1236) 27/01/2010 05h10
Não esquecer que a "ditabranda" amarelou diante da perspectiva de uma invasão americana para tomar o poder em 64, acharam mais fácil atacar os "inimigos" em seu país. A esquerda reagiu diante do golpe, não havia guerrilha antes dele. Toda a america latina seguiu o Brasil, que foi obrigado a conduzir a operação condor (com-dor alheia é claro). Enfim, puro "amarelão". sem opinião
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Alziro Ribeiro da Silva (71) 17/01/2010 20h20
Alziro Ribeiro da Silva (71) 17/01/2010 20h20
Quanto ter-mos comunismo no BRASIL fica um pouco distante, já que o mesmo caiu de maduro e por isso não mais espaço para os simpatizantes dele em nossa mui amada terra.!!!!!! 1 opinião
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enzo rolim (2) 14/01/2010 18h16
enzo rolim (2) 14/01/2010 18h16
Só o que tnho a declarar é que rezo para não ter uma ex-guerrilheira como presidente da república, pois já está provado que sua atuação política é medíocre, para não dizer nada pior. 2 opiniões
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