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22/05/2004 - 06h00

Aprovação de Lula na cidade de São Paulo cai 10 pontos

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LUIZ CAVERSAN
da Folha de S.Paulo

A avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos eleitores da cidade de São Paulo atingiu o patamar mais baixo desde o começo do atual governo, em 1º de janeiro do ano passado.

Um total de 29% dos 1.082 entrevistados pelo Datafolha no último dia 19 afirmaram que Lula está fazendo um governo ruim/péssimo, e 25% classificaram a atuação do presidente de ótima/boa. A avaliação regular ficou com 45%.

Isso significa que a melhor avaliação do presidente caiu 10 pontos percentuais e a pior subiu nove pontos em relação à pesquisa anterior, realizada em dezembro do ano passado, enquanto o item regular apresentou uma oscilação positiva de dois pontos.

Esta é a primeira vez que os números de reprovação a Lula são maiores que os da aprovação.

Também a nota média dada pela população paulistana à atuação do presidente no exercício do cargo atingiu seu patamar mais baixo: 5,3, contra 5,7 em dezembro.

Nas demais pesquisas feitas pelo Datafolha para avaliar a performance de Lula, as porcentagens no quesito ótimo/bom foram as seguintes: 38% (março/abril de 2003), 39% (outubro de 2003) e 35% (dezembro de 2003), chegando agora aos 25%.

Em ruim/péssimo, nos mesmos levantamentos, a trajetória foi 12%, 17% e 20%, com 29% na pesquisa realizada esta semana.
E a evolução da nota média, 6,4, 6 e 5,7, com 5,3 agora.

Indicadores negativos

A queda na avaliação do presidente na cidade de São Paulo coincide com uma série de eventos desfavoráveis tanto na economia quanto na atuação do governo. Nos quatro primeiros meses deste ano houve uma deterioração na percepção do mercado, com sucessivas quedas na Bolsa de Valores e, sobretudo nas últimas semanas, alta na cotação do dólar em relação ao valor do real.

Também o desemprego bateu um recorde histórico em São Paulo no mês de abril, atingindo a marca de 20,7%, de acordo com os indicadores fornecidos pela Fundação Seade/Dieese.

Desde dezembro do ano passado, o desemprego na região metropolitana de São Paulo subiu 1,6 ponto percentual, indo de 19,1% para 19,8%, depois 20,6%, chegando agora aos 20,7%.

Outro evento que pode ter tido impacto na avaliação do governo foi o caso Waldomiro Diniz, em que o ex-assessor do ministro José Dirceu foi flagrado por uma gravação quando negociava valores de uma propina com um empresário do ramo de jogos.

O caso, ocorrido em fevereiro, trouxe dissabores variados ao governo e ao partido de Lula, o PT, sobretudo no campo político.

Além disso, há a recente polêmica com o jornal "The New York Times", que publicou reportagem sobre supostos exageros do presidente Lula com bebidas alcoólicas, mas que teve dano reduzido na imagem do governo, conforme apurou a mesma pesquisa do Datafolha.

Conforme os dados do presente levantamento do Datafolha, a avaliação mais positiva do presidente ocorre entre os entrevistados com idades que vão de 26 a 40 anos, os que residem em bairros da zona oeste da cidade e os que têm nível médio de escolaridade.

No sentido inverso, a pior avaliação vem de quem tem 41 anos ou mais, os que auferem renda familiar acima dos dez salários mínimos e os que residem na região central da capital paulista.

Todos os 1.082 entrevistados pelo Datafolha tinham idade igual ou superior a 16 anos e, de acordo com a metodologia empregada, a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Opinião crítica

A queda da avaliação do desempenho do presidente Lula corresponde à trajetória mais acentuada da opinião crítica do paulistano em relação ao governo central.

Tanto é assim que, em pesquisas realizadas anteriormente, a avaliação aferida em São Paulo sempre foi mais negativa do que a média do restante do país.

Enquanto a avaliação ótimo/ bom em São Paulo nas pesquisas anteriores foi de 38%, 39% e 35%, na média no país ela chegou a 43%, 42% e 42%.
No caminho oposto, a avaliação ruim/péssimo foi sucessivamente de 12%, 17% e 20% entre os paulistanos e de 10%, 11% e 15% entre o total de brasileiros.

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