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01/06/2004 - 06h21

Investigado pela Operação Vampiro é acusado de intermediar doações ao PT

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ANDRÉA MICHAEL
FERNANDO RODRIGUES

da Folha de S.Paulo, em Brasília

O lobista Laerte de Arruda Corrêa Júnior foi o interlocutor de laboratórios farmacêuticos durante a campanha eleitoral de 2002 para intermediar doações para o PT. Ele tratava diretamente com o secretário Nacional de Finanças do partido, Delúbio Soares, homem de confiança do então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Corrêa é acusado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de ser uma das principais personagens do esquema de fraudes nas compras do Ministério da Saúde descoberto pela Operação Vampiro. Foi um dos 17 presos pela PF no mês passado, e foi libertado na sexta passada.

Corrêa aparece citado no depoimento prestado à PF, em 25 de maio, por Francisco Danúbio Honorato, empresário que também foi detido --e hoje já está liberado-- pela Operação Vampiro. A Folha teve acesso ao teor do depoimento de Honorato, no qual o empresário declara ter ouvido "comentários de que o senhor Laerte teria autorização do senhor Delúbio Soares, tesoureiro do PT, para solicitar dinheiro das empresas farmacêuticas e intermediar interesses dessas empresas junto ao Ministério da Saúde".

Delúbio declarou o seguinte: "Não corresponde à verdade. Ninguém está autorizado a falar em nome do PT nem em meu nome. Você acha que sou maluco?".

Delúbio reagiu com calma ao ouvir o trecho do depoimento de Francisco Honorato. "Não é segredo que o PT recebeu doações de campanha de laboratórios. Foi cerca de R$ 1,5 milhão ou R$ 1,6 milhão. Mas está tudo declarado na prestação de contas".

Como o sr. conheceu Laerte Corrêa?, perguntou a Folha a Delúbio. O tesoureiro de Lula respondeu: "O sindicato das empresas farmacêuticas pediu ao Laerte que ajudasse nos contatos. Eu o conheci na campanha. Ele ia lá no comitê com vários empresários da área. Depois da eleição, veio várias vezes aqui no PT. Disse que queria ficar perto do PT, que queria filiar pessoas ao partido".

Indagado sobre qual era o papel exato que Laerte Corrêa desempenhava, Delúbio disse: "Como é lobista há anos e anos, ajudava nas conversas. Na época, não tínhamos a menor idéia do que aconteceria [referindo-se à Operação Vampiro]. [O Ministértio da Saúde] está investigando e descobrindo as coisas. Se gente que é indicada pela gente for acusada e depois for comprovada a culpa, serão todos punidos".

A "última vez" que Delúbio diz ter se avistado com Laerte Corrêa foi "há uns três meses". Na investigação da PF, há indícios de que Corrêa estaria intermediando o pagamento de propina de R$ 723,8 mil para servidores em troca de beneficiar um dos laboratórios que representa na compra de um lote de insulina.

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