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02/02/2005
-
12h07
TATHIANA BARBAR
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, durante a cerimônia de entrega dos cartões do Bolsa-Família em Guarulhos (Grande São Paulo), que a dívida social do Brasil é quase "impagável" e tão grande quanto as dívidas interna e externa. Segundo o presidente, combater a fome e a miséria é um compromisso do governo.
"Se assumimos o compromisso de honrar nossos contratos [as dívidas], não poderíamos deixar de honrar nossa origem e nosso compromisso de combater a fome e a miséria. Tem que ser prioridade do governo, doa a quem doer", discursou.
Acompanhado do prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT), dos ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Humberto Costa (Saúde) e Olívio Dutra (Cidades), e do senador Aloizio Mercadante, Lula esteve na manhã de hoje no ginásio poliesportivo Paschoal Thomeu para entregar cerca de 5.000 cartões do Bolsa-Família. Outros 5.000 foram entregues ontem.
Atualmente, 28.076 famílias já recebem o cartão na cidade, com valores entre R$ 65 e R$ 95 mensais. São beneficiadas as famílias cuja renda mensal não ultrapasse R$ 100 por pessoa.
Na ocasião, o presidente disse novamente que o Fome Zero, no qual está inserido o Bolsa-Família, é o maior programa de transferência de renda da América Latina, mas que o ideal seria que ninguém precisasse do benefício.
"Meu sonho como chefe de família e presidente da República não é distribuir cartões do Bolsa-Família. O que eu quero é, se Deus quiser, um dia, que todo mundo tenha trabalho e que possa viver dignamente, sem precisar do Bolsa-Família", disse.
Seriedade
Lula ainda cobrou seriedade no cadastramento do Bolsa-Família para saber quem tem direito de receber. "Outra pessoa pode estar precisando das calorias e proteínas necessárias", afirmou. Na semana passada, a Prefeitura de Teresina (PI) suspendeu o pagamento do Bolsa-Família de 1.107 servidores municipais que foram supostamente beneficiados irregularmente.
Segundo o presidente, é necessário investir hoje em políticas sociais para impedir que "a pessoa não se transforme em delinqüente amanhã". "Sou filho de uma mulher que criou oito filhos sozinha. Não foram poucas as vezes em que deixamos de comer. Mas, por conta da formação moral e religiosa da minha mãe, ela conseguiu formar e casar seus filhos e um chegou até a ser presidente da República."
Lula afirmou ainda que o custo médio de R$ 80 ao mês por família pode ser considerado "barato" se comparado com o que é gasto "com determinados tipos de bandidos".
Durante a cerimônia, o presidente questionou também se é possível recuperar os jovens internados na Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor) se não há atendimento às famílias. "Tem uma palavra chave que não tem em lugar nenhum, nem na polícia nem na Febem: o amor."
Durante o discurso, Lula declarou ainda que só vai conseguir dormir feliz quando nenhuma criança dormir com fome. "Essa é a nossa luta."
Obras
Após o evento, Lula e Pietá foram visitar as obras de construção do Hospital dos Pimentas, no bairro dos Pimentas.
Lula lembrou que em 2000 visitou com Pietá, então candidato a prefeito, o bairro onde fica o hospital e que desde aquela época ele sabia da necessidade da construção.
"Quando o Pietá assumiu, eu me perguntava: cadê o hospital? Nos dois primeiros anos, esse hospital não foi construído porque dependia de verba do governo federal [do então presidente Fernando Henrique Cardoso]."
No entanto, o presidente disse que quando assumiu, em 2003, o hospital começou a ser construído. Segundo Lula, a obra será inaugurada no começo do ano que vem.
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Dívida social é quase "impagável", diz Lula
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da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, durante a cerimônia de entrega dos cartões do Bolsa-Família em Guarulhos (Grande São Paulo), que a dívida social do Brasil é quase "impagável" e tão grande quanto as dívidas interna e externa. Segundo o presidente, combater a fome e a miséria é um compromisso do governo.
"Se assumimos o compromisso de honrar nossos contratos [as dívidas], não poderíamos deixar de honrar nossa origem e nosso compromisso de combater a fome e a miséria. Tem que ser prioridade do governo, doa a quem doer", discursou.
Acompanhado do prefeito de Guarulhos, Elói Pietá (PT), dos ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Humberto Costa (Saúde) e Olívio Dutra (Cidades), e do senador Aloizio Mercadante, Lula esteve na manhã de hoje no ginásio poliesportivo Paschoal Thomeu para entregar cerca de 5.000 cartões do Bolsa-Família. Outros 5.000 foram entregues ontem.
Atualmente, 28.076 famílias já recebem o cartão na cidade, com valores entre R$ 65 e R$ 95 mensais. São beneficiadas as famílias cuja renda mensal não ultrapasse R$ 100 por pessoa.
Na ocasião, o presidente disse novamente que o Fome Zero, no qual está inserido o Bolsa-Família, é o maior programa de transferência de renda da América Latina, mas que o ideal seria que ninguém precisasse do benefício.
"Meu sonho como chefe de família e presidente da República não é distribuir cartões do Bolsa-Família. O que eu quero é, se Deus quiser, um dia, que todo mundo tenha trabalho e que possa viver dignamente, sem precisar do Bolsa-Família", disse.
Seriedade
Lula ainda cobrou seriedade no cadastramento do Bolsa-Família para saber quem tem direito de receber. "Outra pessoa pode estar precisando das calorias e proteínas necessárias", afirmou. Na semana passada, a Prefeitura de Teresina (PI) suspendeu o pagamento do Bolsa-Família de 1.107 servidores municipais que foram supostamente beneficiados irregularmente.
Segundo o presidente, é necessário investir hoje em políticas sociais para impedir que "a pessoa não se transforme em delinqüente amanhã". "Sou filho de uma mulher que criou oito filhos sozinha. Não foram poucas as vezes em que deixamos de comer. Mas, por conta da formação moral e religiosa da minha mãe, ela conseguiu formar e casar seus filhos e um chegou até a ser presidente da República."
Lula afirmou ainda que o custo médio de R$ 80 ao mês por família pode ser considerado "barato" se comparado com o que é gasto "com determinados tipos de bandidos".
Durante a cerimônia, o presidente questionou também se é possível recuperar os jovens internados na Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor) se não há atendimento às famílias. "Tem uma palavra chave que não tem em lugar nenhum, nem na polícia nem na Febem: o amor."
Durante o discurso, Lula declarou ainda que só vai conseguir dormir feliz quando nenhuma criança dormir com fome. "Essa é a nossa luta."
Obras
Após o evento, Lula e Pietá foram visitar as obras de construção do Hospital dos Pimentas, no bairro dos Pimentas.
Lula lembrou que em 2000 visitou com Pietá, então candidato a prefeito, o bairro onde fica o hospital e que desde aquela época ele sabia da necessidade da construção.
"Quando o Pietá assumiu, eu me perguntava: cadê o hospital? Nos dois primeiros anos, esse hospital não foi construído porque dependia de verba do governo federal [do então presidente Fernando Henrique Cardoso]."
No entanto, o presidente disse que quando assumiu, em 2003, o hospital começou a ser construído. Segundo Lula, a obra será inaugurada no começo do ano que vem.
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