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25/02/2005
-
13h36
FELIPE RECONDO
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) apresentou hoje um requerimento de convocação para o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, explicar as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feitas ontem, no Espírito Santo.
Ao comentar a atitude do presidente, Peres disse que duvida "que o presidente estivesse sóbrio". "E eu levanto essa hipótese como um atenuante", disse Peres, na tribuna do plenário.
Lula visitou ontem a nova estação de tratamento de óleo da Petrobras, em Jaguaré (ES). Durante seu discurso, ele afirmou que omitiu supostos casos de corrupção ocorridos durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Sem citar nomes, o presidente disse que um "alto companheiro" de seu governo informou que o processo de corrupção no governo anterior havia sido muito grande. "Ele me dizia simplesmente o seguinte: 'Presidente, a nossa instituição está quebrada. O processo de corrupção que acontece antes de nós foi muito grande. Algumas privatizações que foram feitas em tais lugares levaram a instituição a uma quebradeira", disse Lula.
Oposição
As declarações de Lula causaram uma reação imediata na oposição. Além do pedido de Peres, o líder tucano na Casa, Arthur Virgílio (AM), pediu um voto de censura ao presidente da República. A censura, que se constitui numa crítica pública ao presidente, será examinada pelas comissões do Senado.
Um terceiro requerimento foi encaminhado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), que também convida o ministro José Dirceu para dar explicações. Se aprovado pelos demais senadores, o ministro terá 30 dias para comparecer no plenário do Senado
Além de suscitar a apresentação dos requerimentos, a fala do presidente foi alvo das atenções dos debates no Senado. Peres declarou ainda que 'das duas, uma: ou o que ele disse ontem é verdade, e nesse caso ele é um criminoso, ou não é verdade, e nesse caso ele é um mentiroso'.
Peres afirmou ainda nunca ter visto um presidente dizer que recebeu denúncia de corrupção e proibir a divulgação do assunto. Segundo Peres, Lula não sabe o que é ser presidente da República: "ele não pode decidir se faz ou não faz, se manda apurar ou não. É um escravo da lei", criticou.
Já o líder do PFL na Casa, senador Agripino Maia (RN), disse que o fato de o presidente Lula "ter cometido o crime de prevaricação está comprovado".
Agripino questionou as intenções do governo ao omitir as denúncias recebidas por Lula. Segundo ele, três perguntas fundamentais têm que ser respondidas: "Houve prevaricação? O presidente mentiu? Ou Lessa (Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está agora escondendo corrupção?"
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"Eu duvido que o presidente estivesse sóbrio", diz Peres
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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) apresentou hoje um requerimento de convocação para o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, explicar as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva feitas ontem, no Espírito Santo.
Ao comentar a atitude do presidente, Peres disse que duvida "que o presidente estivesse sóbrio". "E eu levanto essa hipótese como um atenuante", disse Peres, na tribuna do plenário.
Lula visitou ontem a nova estação de tratamento de óleo da Petrobras, em Jaguaré (ES). Durante seu discurso, ele afirmou que omitiu supostos casos de corrupção ocorridos durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Sem citar nomes, o presidente disse que um "alto companheiro" de seu governo informou que o processo de corrupção no governo anterior havia sido muito grande. "Ele me dizia simplesmente o seguinte: 'Presidente, a nossa instituição está quebrada. O processo de corrupção que acontece antes de nós foi muito grande. Algumas privatizações que foram feitas em tais lugares levaram a instituição a uma quebradeira", disse Lula.
Oposição
As declarações de Lula causaram uma reação imediata na oposição. Além do pedido de Peres, o líder tucano na Casa, Arthur Virgílio (AM), pediu um voto de censura ao presidente da República. A censura, que se constitui numa crítica pública ao presidente, será examinada pelas comissões do Senado.
Um terceiro requerimento foi encaminhado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), que também convida o ministro José Dirceu para dar explicações. Se aprovado pelos demais senadores, o ministro terá 30 dias para comparecer no plenário do Senado
Além de suscitar a apresentação dos requerimentos, a fala do presidente foi alvo das atenções dos debates no Senado. Peres declarou ainda que 'das duas, uma: ou o que ele disse ontem é verdade, e nesse caso ele é um criminoso, ou não é verdade, e nesse caso ele é um mentiroso'.
Peres afirmou ainda nunca ter visto um presidente dizer que recebeu denúncia de corrupção e proibir a divulgação do assunto. Segundo Peres, Lula não sabe o que é ser presidente da República: "ele não pode decidir se faz ou não faz, se manda apurar ou não. É um escravo da lei", criticou.
Já o líder do PFL na Casa, senador Agripino Maia (RN), disse que o fato de o presidente Lula "ter cometido o crime de prevaricação está comprovado".
Agripino questionou as intenções do governo ao omitir as denúncias recebidas por Lula. Segundo ele, três perguntas fundamentais têm que ser respondidas: "Houve prevaricação? O presidente mentiu? Ou Lessa (Carlos Lessa, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está agora escondendo corrupção?"
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